Exatamente um mês após a promessa da presidente Dilma Rousseff de acelerar as obras da transposição das águas do São Francisco, o governo federal anuncia a parada total de um novo trecho da megaconstrução. O lote 3, em Salgueiro, terá o contrato de R$ 157 milhões rescindido, paralisado e a perspectiva é de retomada só em 2013. O trecho é o terceiro nessa situação e, por coincidência, o mesmo visitado em 16 de dezembro passado pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para contestar denúncias sobre o abandono das frentes de trabalho da transposição.
A informação está no balanço de um ano da segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), divulgado pelo governo nesta quarta (7). O lote 3 estava com o consórcio Encalso, Convap, Arvek e Record. Os outros dois que serão relicitados são o 4, de pior execução de toda a transposição e com o mesmo consórcio, e o 7, com o consórcio Carioca, S.A. Paulista, Serveng e Civilsan.
Mês passado, durante a publicação do especial Transposição, Novos Obstáculos, entre os dias 5 e 11, o Jornal do Commercio mostrou que aquele trecho de 20 quilômetros do canal do Eixo Norte, em Salgueiro, estava em plena desaceleração. Ali, as obras já tiveram 600 funcionários, mas no final de janeiro estavam com apenas 200 operários.
O especial mostrou ainda a degradação de partes prontas da obra, o desgaste político pelo abandono de vários trechos, falhas técnicas no planejamento e execução do projeto, entre outros pontos. Depois de rodar 2.600 quilômetros em três Estados, a reportagem ainda revelou que nove lotes da obra, de 12 que estavam ativos, haviam parado completamente, até janeiro passado.
Entre janeiro e fevereiro, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, anunciou a remobilização de vários lotes. No dia 8 do mês passado, a presidente Dilma Rousseff fez sua primeira visita oficial às obras desde que assumiu o cargo, para retomar seu compromisso de concluir a transposição.
O lote 3 é o terceiro a ter desistência do consórcio Encalso, Convap, Arvek e Record. O grupo de construtoras chegou a vencer a licitação do lote 5, para a construção de reservatórios em Jati, no Ceará, mas sequer iniciou os serviços e desistiu das obras. O lote 5 até hoje não foi iniciado.
Além disso, o Ministério da Integração Nacional e o consórcio estão em rescisão também do lote 4, o de pior execução de toda a transposição, com só 13% das obras feitas, de 20 quilômetros perto de Penaforte, no Ceará.
Fonte: JC Online
Blog do Banana
1 comentário
Isso é uma vergonha para nós barsileiros