José Maria Marin, novo presidente da CBF, tem sido orientado por aliados a mudar tudo que for impopular ou gerar suspeitas na entidade. Isso apesar de seu discurso de continuidade, que inclui o técnico Mano Menezes.
O treinador entra na história por ser alvo de muitas críticas. Mas a “cornetagem” pelos maus resultados não é a que mais preocupa a nova cúpula. Ele é criticado também pela ligação com seu o empresário, Carlos Leite, e pela amizade com Andrés Sanchez, ex-presidente corintiano e atual diretor de seleções.
Seria bom para imagem do novo chefe da CBF deixar claro que nenhum agente tem intimidade com a comissão técnica. Acabaria com o falatório. Seria o fim também dos comentários de que há um poder paralelo na seleção formado por ex-colegas de Corinthians. Assim, a saída de Mano mostraria que a CBF está sob nova direção de verdade.
Porém, o roteiro entregue a Marin por seus mentores prevê mudanças lentas para não mostrar radicalismo. Demitir o treinador agora provocaria turbulência. A hora certa de mudar seria no próximo tropeço significativo.
Para completar o quadro, segundo a coluna Painel FC, da Folha de S.Paulo, o novo presidente já sondou Miltou Cruz, auxiliar-técnico do São Paulo, para compor a equipe de trabalho da seleção. Milton não se bica com Mano. E qualquer sondagem que não parta do próprio treinador exala cheiro de fritura.
A receita de trocar o que causa embaraço é a mesma adotada (e com o tempo esquecida em boa parte) por Marco Polo Del Nero, braço-direito de Marin, quando assumiu a Federação Paulista. Herdou a cadeira de Eduardo José Farah, centralizador e criticado por torcedores e imprensa, como Teixeira.
Entre as missões de Marin estão facilitar o acesso dos jornalistas à confederação e dar espaço para cartolas de federações de outros Estados, críticos do domínio paulista. Se a nova administração der certo, Del Nero, potencial candidato à presidência em 2015, sairá fortalecido.
Fonte: UOL.com
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