Sol a pino durante ao menos 300 dias do ano, calor escaldante e chuvas que, entre janeiro e dezembro, podem ser contadas nos dedos de uma das mãos. Um cenário assim não costuma surgir na cabeça de quem pensa em conhecer uma região produtora de vinhos.
Morador do Recife (PE), o empresário Mário Timóteo, 53 anos, já tinha ouvido falar sobre a Vinicultura do vale do São Francisco, mas se surpreendeu com o que encontrou durante uma visita a uma das seis empresas produtoras da região, no município de Lagoa Grande (PE).
“Estou até emocionado. Isso mostra o que poderia ser o semiárido se houvesse mais visão política”, disse, em meio aos campos de cultivo, onde outros turistas como ele tinham a oportunidade de provar a fruta direto dos cachos. “Isso aqui vai ser em breve a Califórnia brasileira”.
Nos últimos anos, é cada vez maior o número de turistas que procuram a Rota do Vinho na região de Petrolina. Somente a fazenda Planaltino, sede da Vitivinícola Santa Maria (Vinibrasil), em Lagoa Grande, recebeu mais de 5 mil visitantes no ano passado.
A empresa, de propriedade do grupo português Global Wines/Dão Sul, destacou funcionários que atuam diretamente na produção para acompanhar grupos de visitantes em um tour que vai do plantio da uva ao engarrafamento dos seis rótulos produzidos ali, entre tintos, brancos e espumantes.
O enoturismo na região combina a visita às fábricas com passeios de barco pelo rio São Francisco e amostras da culinária e do artesanato locais. O passeio, evidentemente, inclui visita às lojas oficiais, onde é possível degustar os produtos (alguns deles, premiados internacionalmente) e levar vinhos para casa.
“Além da venda direta, que é muito interessante, nos interessa, sobretudo, a formação de um público consumidor e sua fidelização. Ainda encontramos mais receptividade no exterior do que no mercado local”, diz o português Ricardo Henriques, enólogo da área de produção.
Com uma área de 200 hectares irrigados, a Santa Maria produziu um milhão de litros de vinho no ano passado. “Já provamos que é possível produzir vinhos de qualidade internacional nesta região. Nosso grande desafio é a logística”. (Fonte: Portal Globo Rural-Fotos de Marcelo Curia/Ed. Globo)
Blog do Banana