Espaço do leitor: A diferença entre mim e ti

Por Ricardo Banana
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imagemA menor distância entre dois pontos é uma reta

Vou comparar sua história com a minha em linha certa

Tu és poliglota

Versátil

Talentoso

Roteirista

Dramaturgo

Escritor

Quanto a mim, até hoje não sei quem de fato sou…

A diferença entre mim e ti é que você no campo da profissão já se encontrou.

Quanto a mim, vivo perambulando, a idade chegando, a bengala se aproximando e não sei que caminho eu vou.

É bom assisti-lo

Ri com seu humor

Em diferente estilo

Dando seu show

Tu és divertido

Não tens cara de bobo

É uma tamanha alegria

Vê-lo na tela da Rede Globo

Quando abres a boca e conta piada

A platéia vai à loucura com tanta risada

Tu falas Inglês

Francês

Alemão

Italiano

Espanhol

Comparando novamente entre mim e ti, levo a pior, sempre estou em mau lençol.

A diferença entre mim e ti é uma coisa gritante

Porém, só aceito porque é um moço brilhante.

Quanto a mim mau falo o meu português

Sempre assassino a gramática

Quebra as regras

Mudo a ortografia

A concordância

A regência

A coesão e a coerência

Crio meu próprio dicionário

E nesse novo verbionário

A conjuntura disso tudo

Esse que vos fala

É o retrato de um homem rude

Sem cultura

Sem escola

Sofre tanto que chora

E agora me diga com a sua versatilidade o que é que faço agora?

Quando nasceste teus pais olharam nos seus olhinhos e semblante,

Gritaram emocionante, esse tem cara de gênio! Então disseram: Vamos chamá-lo de José Eugênio.

Tu és também humorista

Apresentador

Artista plástico

Músico

Ator

Mais uma vez a semelhança entre mim e ti é uma distância de horror.

Teu sonho de criança era ser um diplomata, já o meu era algo pequeno, dominar a tal da matemática.

Pelo menos lá no fundo do túnel encontrei entre nós um ponto em comum, uma intersecção, isso me alegrou muito o coração.

Tu és filho de um empresário paraibano, e eu de um roceiro mirandibano.

Nas suas veias se fizeres um exame de DNA constatarás o sangue puro de nordestino, depois de tanta desilusão, eis ai a nossa semelhança acho que foi obra do destino.

Até agora não sei quem realmente sou…

Quanto a você há muito tempo o conheço quando fazia o programa VIVA O GORDO seu JÔ.

Lá na barriga da minha mãe eu já fazia maluquice, cá pra gente, isso aqui é conhecido por matutice.

Quando ela sentia a dor dizia: Esse deve ser menino, pois com essa valentia toda, feroz e traquino, dando chute todo a tempo, deve ser garoto marrento, cabra da peste nordestino Pernambucano, tal como Orlando Soares, pai de Jô Soares, empresário paraibano.

E pra encurtar essa conversa e sei que é um sujeito cheio de pressa, vou dizer mais uma coisinha: Quando a pessoa é sorteada para ir ao teu programa, mesmo desempregada compra uma roupa bonita, já se sente também artista e diz: vou e volto cheio de grana.

A garota desengonçada, feiosa e esquisita, dá em si mesma um banho de loja e com uma saia rodada cor de rosa, lábios de batom vermelho olha no espelho e exclama: Oxente, como estou bonita!

Já o rapaz também não fica atrás, vai rapidamente ao dentista cheio de sonho de ser um grande artista, faz extração, obturação, banho de flúor e coloração no dente, pra quando a câmara filmar, ele bem alto gritar com aquele sorrisão, minha gente estou na televisão já me sinto um ator, aqui é a minha estréia no genial programa do Jô!

Uma pequena homenagem ao Jô Soares, um dos homens mais inteligentes e cultos do nosso país. Para dar mais realce e dramaticidade no texto escrito, utilizei o processo da rima e um pouco do nosso estilo nordestino, afim de que você possa se diverti e ri com o seu riso.

Antonio Damião Oliveira da Silva (damis.oliver@hotmail.com)

Guarda Municipal de Petrolina-PE

Professor de Matemática

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