Neste domingo (02/7), em que a Bahia comemora o bicentenário da Independência do Brasil pela Bahia, a partir da união de povos que lutaram e promoveram uma revolução na história do país, celebramos também as conquistas e a independência de milhares de famílias agricultoras baianas, a partir do rural.
A partir do apoio qualificado e sistematizado do Governo do Estado, com investimentos de mais de R$ 3,5 bilhões na agricultura familiar, milhares de baianos e baianas já conquistaram a independência, com ações realizadas por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
Entre as ações que estão promovendo uma verdadeira revolução rural, estão o fomento à base de produção de sistemas produtivos estratégicos, com insumos e assistência técnica e extensão rural (Ater), até a agroindustrialização e comercialização de produtos.
Uma dessas histórias de resistência e independência, a partir do rural, é a da Associação Quilombola do Engenho Novo, de Cachoeira. Lá, com muito trabalho e o apoio por meio do projeto Bahia Produtiva, com recursos que possibilitaram a aquisição de equipamentos para a criação de galinhas caipiras e a produção de mudas e hortaliças, as famílias quilombolas estão conquistando a tão sonhada independência financeira. O presidente da Associação, Elenilton Farias, conta que o processo de autonomia iniciou desde a seleção do projeto e planejamento e execução das ações.
“A independência começou desde que a gente teve a possibilidade de se inscrever no projeto Bahia Produtiva e participar da construção do nosso projeto aqui em Cachoeira. Hoje, a gente vê a diferença nas nossas vidas, não só com o pessoal que foi beneficiado pelo projeto em si, mas como toda comunidade, porque o projeto incentivou as pessoas a criarem galinhas e a plantarem mais e a renda começou a aumentar muito. Foi uma independência muito grande para gente”, comemora Elenilton.
Lutas, vitórias e realizações
Outro exemplo é o da assentada de reforma agrária, Andreia Sales, da Associação de Mulheres do Projeto de Assentamento Santa Irene do Município de Gongogi (Ampassi), do território Médio Rio das Contas. Uma história de luta e vitória com a agricultura familiar, que, para ela, não representa só independência. “A agricultura familiar na minha vida é como o ar que eu respiro. É dela que eu tiro o sustento da minha família e realizo todos os meus sonhos. Sou muito grata por poder produzir para a agricultura familiar. Para mim, é motivo de alegria.”
Andreia Sales é uma das beneficiárias da requalificação de uma unidade de beneficiamento de frutas e assistência técnica promovidas com recursos da ordem de R$ 869 mil do Governo do Estado. A agricultora conta que saiu de uma realidade difícil na zona urbana para a independência no campo. “Chegamos a ter dia de não ter o que comer. Para chupar um cacau, eu pagava R$ 0,50 centavos e hoje não tenho que pagar para comer. Hoje, eu vivo bem. Viver da agricultura familiar é viver. É existir”.
E quando a independência vem por meio da satisfação de ter a sua própria terra para trabalhar? Esse é o sentimento do agricultor Nildo Costa, filiado à Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan). Graças ao seu trabalho e ao apoio do Governo do Estado, Nildo hoje é independente e se considera empresário rural. “É muito gratificante viver no meio rural e alcançar a independência trabalhando na agricultura familiar com sustentabilidade, dignidade, renda justa e qualidade de vida, sem abrir mão das nossas origens”, comenta Nildo.
Nildo foi beneficiado por meio da ação de assistência técnica e extensão rural (Ater) da Coopatan, quando deixou de ser meeiro (trabalhador em parceria com o dono da terra) e hoje tem a sua própria terra. “É um sonho ter chegado até aqui e foi graças a Ater da Coopatan”, comemora.
O Bahia Produtiva é um projeto executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), com cofinanciamento do Banco Mundial.