Opinião

A Fenagri morreu e esqueceram de enterrar

Ela terminou sábado. Mas a sensação de que a Fenagri morreu e esqueceram  de enterrar ainda continua.

Se antes a Feira Nacional da Agricultura  Irrigada era o assunto das cidades, tanto Juazeiro e Petrolina, hoje se tem a impressão de que o evento está cada vez mais fechado, menor, com menos investimento, apesar da presença de grandes empresas.

Mesmo que ainda movimente  milhões em negócios,  a Feira não  está mais tão  atrativa quanto antes. Para as pessoas comuns, já não há novidades no evento. Talvez por isso o  “vazio”  que foi a Fenagri este ano.

É chegada a hora de investir em eventos destinados a outra parte da produção agrícola da nossa região. Como sempre,  para  não dizer que  não falou das flores, a prima pobre dentro da Fenagri, a agricultura familiar,  é colocada em um espaço menor, com uma estrutura mais simples, bem mais barata.

Apesar dos bons números da área irrigada, a agricultura familiar não pode mais ser relegada a segundo plano num evento destinado a fruticultura que não depende de chuvas para produzir. A maioria dos alimentos que é colocada em nossas mesas todos os dias tem origem na pequena produção de famílias camponesas. No nosso caso, em  áreas de sequeiro. Cerca de 80% da produção irrigada vão para os pratos de países estrangeiros. A fruticultura irrigada do Vale do São Francisco gera emprego mas, diretamente,  não nos alimenta.

Assim, é chegada a hora de investir em outros eventos, quem sabem um grande espaço local que discuta as dificuldades e potencialidades da agricultura familiar. Afinal, como disse uma visitante da feira, “a Fenagri já deu o que tinha que dá”.

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