A vilã da vez que pode provocar um aumento no preço da gasolina

Por Ricardo Banana
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Retrato abrangente dos combustíveis no Brasil: acumulou-se alta no diesel e gasolina?
Decorridos sete meses em 2023, já se pode esboçar um panorama geral acerca dos preços dos combustíveis no Brasil, em particular, o diesel e a gasolina. Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o custo médio por litro do diesel S10 experimentou uma diminuição de 22%, enquanto o da gasolina registrou uma elevação de 13%.
De janeiro a julho deste ano, segundo a mesma agência, o preço do diesel reduziu-se em R$ 1,39 por litro. O litro desse combustível encerrou 2022 com o valor de R$ 6,38 nos postos, chegando a R$ 4,99 na semana entre os dias 16 e 22 de julho. Essa é a primeira vez que fica abaixo de R$ 5 desde setembro de 2021.
Por outro lado, a gasolina encareceu R$ 0,63, passando de R$ 4,96 na última semana de dezembro do ano anterior para R$ 5,59 neste mês. No acumulado do ano, a prévia da inflação de julho é de 3,09%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), divulgado pelo IBGE na terça-feira (25).
Segundo o referido índice, a gasolina teve um acréscimo acumulado de 7,96% neste ano, enquanto o diesel registrou uma diminuição de 23,25%. Nesse contexto, é relevante considerar que o preço do diesel, essencial para o transporte de cargas e coletivos no Brasil, afeta principalmente a classe de renda mais baixa, ao passo que o preço da gasolina impacta a classe média.
A elevação nos preços da gasolina possui fundamentação
Há uma explicação para o aumento nos preços da gasolina. Essa elevação, em linhas gerais, decorre da reintegração total da cobrança dos impostos federais PIS/Cofins sobre o produto, ocorrida em março e junho. Adicionalmente, devemos levar em conta a mudança para uma alíquota única do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em todos os Estados.
Em conjunto, essas alterações também influenciaram o preço do etanol. Nesse caso, contudo, o combustível apresentou uma redução de 2,5% nos primeiros meses do ano. Essa desoneração foi implementada pela gestão liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pouco antes das eleições, como uma medida para aliviar o impacto do aumento dos preços dos combustíveis, decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Cumpre destacar que, segundo a Petrobras, apesar dos aumentos nos postos, nas refinarias os preços dos combustíveis vendidos às distribuidoras tiveram redução em 2023. Isso se deve às reduções anunciadas em março, maio e junho. Ademais, a empresa também informou, em maio, uma mudança em sua estratégia comercial para a variação dos preços do diesel e da gasolina.
Com essa decisão, a companhia deixou de utilizar a paridade internacional como principal base para os reajustes. Essa política estava em vigor desde 2016.

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