O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano registrou abstenção de 27,9% dos participantes. Ao todo, compareceram 4,1 milhões de alunos nos 15.076 locais de provas localizados em 1.615 municípios do país. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse hoje (4) que, até o momento, não foi identificada nenhuma fraude no exame. “[Não há] nenhum indício de algo que pudesse arranhar o exame. Tivemos uma grande eficiência na logística”, garantiu.
Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), os estados com maior índice de faltosos, nos dois dias, foram Roraima, Bahia e Amazonas. Com menor índice, Piauí, Santa Catarina e Alagoas. No ano passado, a abstenção média chegou a 26,4% e, em 2010, a 28%. O MEC vai divulgar o gabarito das provas na próxima quarta-feira (7).
De acordo com Mercadante, foram eliminados 65 alunos que postaram imagens digitais nos dois dias de realização da prova. Ontem (3), primeiro dia de realização da prova, foram eliminados 37 candidatos. Hoje, apesar da divulgação da eliminação, mais 28 candidatos postaram imagens e também foram excluídos do Enem. Os casos foram registrados em vários estados do país.
De acordo com normas do edital, o participante não pode, sob pena de eliminação, portar dispositivos eletrônicos como máquinas, calculadoras, agendas eletrônicas, telefones celulares, smartphones, tablets, iPods, pen drives, mp3, gravadores, relógios, alarmes ou qualquer espécie de receptor ou transmissor de dados e mensagens.
“[Os candidatos eliminados] jogaram fora a oportunidade deles e, eventualmente, podendo prejudicar outros, como houve ontem gente dizendo que estava cancelado o Enem. A seriedade tem que ser compartilhada”.
O Ministério da Educação encaminhou novamente à Polícia Federal os nomes de pessoas que publicaram informação falsa nas redes sociais de que as provas teriam sido canceladas.
Outro boato com a mesma informação havia sido identificado pelo ministério duas semanas atrás. “O Enem é muito importante na vida de muitos jovens. É uma oportunidade única, que não pode ser fragilizada por irresponsabilidade de quem quer que seja”, explicou.
O ministro relatou ainda que cinco casos de incidentes foram registrados por chuvas fortes e quedas de energia durante o exame. O caso mais grave foi localizado na cidade baiana de Amargosa. Houve o destelhamento de uma escola por conta da forte chuva, falta de energia e o exame foi suspenso. A situação dos candidatos que faziam prova no local ainda está sendo analisada.
O ministro também relatou a história de uma candidata que deixou seu filho de 5 anos do lado de fora do local onde fazia o exame, no Distrito Federal. O conselho tutelar foi chamado para administrar a situação. Além disso, Mercadante contou o caso de um candidato preso após ter se inscrito no Enem, no Ceará. Para não perder a prova, o estudante entrou com mandado judicial e conseguiu fazer a prova, com escolta policial e sala especial. Os nomes não foram revelados para preservar a identidade dos candidatos.
O caso que mais chamou atenção do ministro foi registrado em Sidrolândia, em Mato Grosso do Sul. A estudante Pâmela de Oliveira Lescano, de 17 anos, deu à luz momentos antes da realização do Enem. De acordo com Mercadante, ela terá nova chance de fazer a prova nos dias 4 e 5 de dezembro. Estas são as datas em que o exame será aplicado nos presídios e unidades socioeducativas.
“Pouco antes do inicio da prova, ela foi ao banheiro e a coordenadora verificou que tinha um bebê e uma poça de sangue. Tinha uma enfermeira, que ajudou a cortar o cordão umbilical”, descreveu Mercadante. Segundo o ministro, a aluna, considerada “o símbolo do novo Enem”, foi socorrida por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Segundo Mercadante, os responsáveis pela correção das redações ainda passarão por novo treinamento com o tema desse ano. Para esta edição, a pasta aumentou em 40% o número de corretores. Este ano, os alunos terão acesso às redações corrigidas. “Todos os alunos serão orientados como devem solicitar a redação. Todos terão direito de acessar sua redação para fins pedagógicos”, garantiu.
Edição: Davi Oliveira – Agencia Brasil
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