Alepe ouve propostas sobre educação para o PPA

Por Ricardo Banana
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A necessidade de diálogo entre a gestão estadual e as representações dos estudantes, professores e demais trabalhadores da Educação foi evidenciada no terceiro encontro temático promovido pela Comissão de Cidadania da Alepe sobre o Plano Plurianual 2024-2027, na última terça (29). Segundo a presidente do colegiado, deputada Dani Portela (PSOL), o Governo lançou o programa Juntos pela Educação em junho, mas ainda não consultou a comunidade escolar sobre as principais carências da rede de ensino. “Isso é uma coisa que me surpreendeu muito, porque é uma campanha estadual, é o plano de governo para a Educação em Pernambuco, que está aparecendo em todas as propagandas televisivas e outdoors, mas a gente não sabe que proposta é essa”, criticou.

Dani Portela salientou que 38,6% das sugestões coletadas pela Comissão de Cidadania desde o início da escuta popular tratam de educação. A parlamentar comentou que as denúncias de sucateamento da rede escolar se acumulam, sem uma resposta do Governo para questões como o reajuste dos professores de acordo com o piso do magistério.

Representando  a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), João Mamede abordou a situação da Universidade de Pernambuco (UPE), apontando a falta de assistência estudantil. Segundo o militante, a entidade dispõe de um plano desde 2016 que ainda não foi executado por falta de orçamento específico. “Não existe sequer uma rubrica orçamentária destinada especificamente para assistência estudantil na UPE. A gestão da universidade remaneja o orçamento para conseguir tirar um dinheiro para manter as nossas bolsas e os nossos programas de assistência”, denunciou.

João Mamede também analisou a situação dos alunos das autarquias municipais de ensino superior. Segundo o representante da UEP, o Programa Universidade para Todos em Pernambuco (Proupe) precisa ampliar a concessão de bolsas de estudo. De acordo com ele, a iniciativa chegou a beneficiar 12 mil estudantes em 2014, mas, no último edital, teria concedido apenas 150 bolsas para os alunos dessas faculdades.

O presidente do Sindicato dos Servidores da UPE (Sindupe), Ivo Costa, defendeu a reestruturação da carreira dos profissionais da universidade estadual. Ele responsabilizou o Governo pela defasagem salarial da categoria. “A gente tem um plano de carreiras que é regulamentado pela Lei Complementar nº 101, mas não contempla as particularidades da universidade e tem um déficit temporal de mais de 15 anos”, ressaltou.

O representante do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras em Educação (Sintepe) Jerônimo Adelino ressaltou a necessidade de valorização dos profissionais da área, baseado no tripé piso salarial, plano de cargos e carreiras e formação continuada dos servidores “É preciso salientar que isso tem que estar presente, porque o piso é estabelecido em nível nacional mas, muitas vezes, quando chega nos estados e municípios, o plano de cargos é completamente desfeito e o piso se torna teto”, afirmou.

Com informação da Ascom Alepe

 

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