O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco foi superior ao do Brasil nos três primeiros meses de 2012, em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto o estado nordestino cresceu 4,6%, o país registrou alta de 0,28%. O PIB é a soma de todas as riquezas geradas pelo estado e, em Pernambuco, o número cresceu apesar da seca que deixou 111 municípios em estado de emergência. Isso porque o mau resultado do setor agropecuário, -23,8%, foi compensado pelo bom desempenho de dois outros segmentos: a indústria, que cresceu 9%, e o setor terciário, 4,5%. “Compensa porque a agropecuária participa com 5% do PIB do estado, enquanto o setor Terciário representa 73%. O PIB é uma média ponderada gerada pelos pesos de cada setor”, disse Maurílio Lima, diretor técnico da pesquisa que a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas (Condepe/Fidem) apresentou nesta terça-feira (12), no Recife.
“Quem sustentou o crescimento do estado foram indústria e setor terciário. Qualquer impulso no setor de serviços dá esse impacto na economia”, esclarece Maurílio Lima. O setor terciário inclui comércio, alojamento, alimentação, turismo, transporte, administração pública, intermediação financeira (bancos) e imobiliárias, áreas que representam 73% da economia pernambucana. “Dentro dele, o maior destaque foi o comércio, que cresceu 8,8%”, afirma. Segundo Maurílio, mesmo com a agropecuária apresentando retração, o setor industrial e o da transformação geram demandas no setor de serviços. “Por exemplo, o boom da construção civil provocou crescimento nos preços dos aluguéis e condomínios. Tudo isso é provocado pelo dinamismo da economia como um todo”, exemplifica.
Para o presidente da Agência Condepe/Fidem, Antônio Alexandre, o principal dado positivo que esse levantamento aponta é em relação à estabilidade da economia local diante de um cenário de cruse mundial. “Isso é decorrente do efeito dos grandes empreendimentos que acaba se espalhando para o conjunto da economia”, analisa.
Maurílio Lima explica que o desempenho do Brasil foi mais baixo porque os estados de peso, os do Sudeste, sofreram de forma mais imediata os efeitos da crise internacional. “A gente imagina que a crise também vai afetar Pernambuco, mas como o governo federal adota medidas para estimular consumo, como a linha branca de eletrodomésticos, isso faz o mercado interno consumir mais e compensar a recessão”, analisa. “A economia típica de Pernambuco não é tão atrelada a fatores externos. Quando passarmos a produzir carros e vender navios, estaremos mais suscetíveis diante de uma crise externa”, explica.
Seca
As consequências da seca no Nordeste são facilmente vistas no principal ponto de vendas de produtos agrícolas do Recife, a Central de Abastecimento de Pernambuco (Ceasa). Milho e mandioca são alguns dos itens que tiveram a oferta reduzida por causa da seca. O resultado é que faltam produtos e os preços disparam. “Durante a seca, os produtis tão chegando menos aqui. Com isso os preços estão sempre aumentando. O mais alto é o da batata-doce. Tá custando R$ 28 a rama, normalmente saía por R$ 12 a R$ 15”, detalha o agricultor José Cristiano Pereira.
Dos 111 municípios que estão em estado de emergência por causa da falta de chuva, de acordo com a Secretaria de Agricultura de Pernambuco, 56 ficam no Sertão, 53 estão no Agreste e dois, na Zona da Mata. Uma situação que, além de perdas nas plantações, tem levado à morte animais, provocando grandes prejuízos aos pecuaristas.
“Quando iniciou o ano, ninguém esperava que os efeitos da seca fossem tão devastadores. A seca atingiu 84% do estado, afetou até o plantio de cana-de-açúcar. Os outros setores a gente já tinha expectativa porque fazemos outras pesquisas auxiliares que mostram expectativas ao longo do ano”, comentou Maurílio Lima.
Fonte: G1 PE
Blog do Banana
2 comentários
Vitoria de santo antao na zona da mata foi a cidade que mais se desenvolveu em PE.
com um PIB anual de 748 milhoes
Pernambuco… Melhor dizer Região Metropolitana, com respingos até Caruaru. O resto do Estado com lampejos de desenvolvimento.