Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros, tabagismo e uso prolongado de pílulas anticoncepcionais. Estes são alguns fatores de risco que aumentam o risco da mulher ter câncer de colo do útero, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Neste mês, a campanha Janeiro Verde faz um alerta à sociedade sobre a doença.
O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).
Em recente entrevista à imprensa, a coordenadora de oncologia do IMIP, Jurema Telles, destacou a incidência dos casos. “Em Pernambuco, ele é o segundo tumor mais frequente entre as mulheres. Um em cada cinco casos de câncer em mulheres no Nordeste é no colo do útero”, disse.
A especialista avalia ainda o motivo do alto número de casos nesta região do país. “O câncer de colo do útero é uma doença da desigualdade. Ele reflete muito a questão do acesso, da educação. É uma doença 100% prevenível, mas há um desequilíbrio muito grande. Eu acho que essa dificuldade da desigualdade, que é maior no Nordeste, reflete também nesta doença”, comentou.
O câncer de colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
Prevenção
A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). A transmissão da infecção ocorre por via sexual, presumidamente por meio de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
Vacinação contra o HPV
O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.
A vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.
Com informações do Inca*