A oposição em Pernambuco, liderada pelo senador Armando Monteiro (PTB-PE), está vigilante às promessas de campanha não cumpridas pelo governo Paulo Câmara. Em entrevista nesta sexta-feira (23), Armando lamentou que a gestão esteja colocando dificuldades para que os beneficiários do Bolsa Família recebam o 13º, como foi prometido durante a campanha eleitoral dois meses atrás.
“Não nos surpreende essa atitude do governo Paulo Câmara. Em Pernambuco, mais do que nunca, deve ter oposição fiscalizadora, e estamos atuando, pois a atual gestão, desde 2014, vem se revelando um governo de estelionato eleitoral. Não se cumprem as promessas de campanha. E com as eleições de 2018 não foi diferente”, disse Armando Monteiro. Ele lembra que em 2014 o governador prometeu, por exemplo, a construção de novos hospitais e dobrar o salário dos professores, mas não cumpriu.
Agora, o governo cria dificuldades para não pagar o 13º, impondo condições aos beneficiários do Bolsa Família, que só receberão o novo benefício se consumirem pelo menos R$250 mensais de produtos da cesta básica. A proposta é parte de um pacotaço de projetos (PL2093) enviado para a Assembleia Legislativa no início da semana e que deverá ir a votação nos próximos dias. Cada família precisa registrar notas fiscais no valor de cerca 3 mil reais por anos para receber R$ 150 ao fim desse período. Os produtos que permitem o reembolso incluem alimentos como feijão, açúcar, carne, ovos, manteiga e açúcar, além de papel higiênico, sabão e outros.
Armando ainda lembra que outros projetos visando ao aumento de impostos foram enviados para Alepe, como o PL nº 2097/2018, que determina o aumento de 2% do ICMS sobre o etanol utilizado como combustível. “O setor empresarial deverá ter uma voz mais firme nesta hora”, defendeu.
Corrupção – A extinção da Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração Pública da Capital (Decasp), na opinião do senador Armando Monteiro, continua sendo algo muito estranho: ”A Decasp tinha inquéritos contra figuras envolvidas no governo e do sistema dominante em Pernambuco. É lamentável que esta extinção tenha tido a chancela da Alepe de forma apressada”.
De acordo com ele, se era uma questão organizacional, o mais prudente seria deixar à frente dos inquéritos a atual delegada Patrícia Domingos. O caso está tendo repercussão nacional. “É lamentável que Pernambuco esteja sendo visto no cenário nacional metido num episódio bizarro como esse. Espero que a bancada de oposição faça valer a sua voz protestando, se articulando com a sociedade e cobrando de outros setores uma posição do governo”, ressalta. (Ascom)