A vereadora Marília Arraes continua assustando os partidos da Frente Popular. Ainda não se declarou candidata ao Governo do Estado, porque o PT não permitiu, mas, mesmo assim, aparece na última pesquisa do Instituto Múltipla tecnicamente empatada com o governador Paulo Câmara, o senador Armando Monteiro e o deputado Mendonça Filho. Ameaça maior: com o apoio do ex-presidente Lula, ela teria hoje em Pernambuco 49,8% de intenções de voto. O que o PT está fazendo com ela é uma estupidez. Apesar do brutal isolamento em que se encontra, pois nem o PCdoB nem o PSOL apóiam o seu pré-candidato, o PT tem chances reais, com a candidatura da vereadora, de chegar ao segundo turno e vencer a eleição. Porém, o senador Humberto Costa botou na cabeça que só tem chance de reeleger-se se for candidato pela Frente Popular, esquecido de que a troca de acusações entre os dois em pleitos passados deverá ser explorada pelas oposições. Ou seja, o PT pode estar jogando fora a possibilidade de pela primeira vez governar o Estado de Pernambuco por conta do senador Humberto Costa e seus aliados dentro do partido.
Força no Agreste – O deputado Isaltino Nascimento (PSB) será apoiado em Águas Belas pelo líder ruralista Agean Tenório, que disputou a prefeitura pelo PSB em 2016 e perdeu a eleição para o atual prefeito Luiz Haroldo (PT).
Prestando contas – Edilson Silva (PSOL) prestou contas ontem no centro do Recife dos seus três primeiros anos como deputado estadual. Seu partido deverá crescer bastante nessas eleições, especialmente no RJ, em decorrência da morte da vereadora Marielle Franco.
Três mosqueteiros – Marília Arraes só conta hoje no PT com três aliados de fé para levar adiante sua candidatura ao governo estadual: os prefeitos Luciano Duque (Serra Talhada) e Luiz Aroldo (Águas Belas) e a deputada estadual Teresa Leitão.
O cartório – Depois que o ex-prefeito João Paulo se transferiu para o PCdoB, o PT do Recife virou um “cartório” sob controle do ex-vereador Oscar Barreto. O “cartório” já se posicionou favoravelmente à volta do partido à Frente Popular.
Não passa – A senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), andou dizendo que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) não passa no PT “nem com reza braba”. Foi uma resposta ao ex-governador da BA, Jaques Wagner, que defendeu que o PT indique o vice do ex-ministro, se Lula não puder ser candidato.
Quebra do isolamento – A juíza Carolina Lebbos não aguentou a pressão dos advogados de Lula e permitiu que o ex-presidente receba visita às quintas-feiras de pelo menos duas pessoas. No Recife, até os presos do Cotel e do Aníbal Bruno têm mais liberdade para conversar com o “ambiente externo” do que o líder petista.
Ordem unida – O ex-vereador e candidato a deputado estadual Manoel Neco (PP) vai reunir neste sábado (5) numa casa de recepções, em Jaboatão dos Guararapes, seus principais cabos eleitorais. Um dos convidados será o deputado federal Felipe Carreras (PSB), sua dobradinha no município nas próximas eleições.
Às moscas – O prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel (PSL), criticou ontem o estado de abandono em que se encontra o Terminal Rodoviário do município: sujo, caindo aos pedaços, sem estrutura e sem administração. A empresa que o gerenciava foi embora, deixando-o entregue às moscas. Na mesma situação encontram-se os de Gravatá e São José do Egito. E a responsabilidade pela gestão é do Governo do Estado.
Fundo próprio – O prefeito de Limoeiro, João Luiz (PSB), aposentou 8 servidores da prefeitura e mandou a conta para o LimoeiroPrev, o fundo próprio de previdência. Serão os primeiros servidores cujas aposentadorias serão pagas pelo fundo próprio.
Ponta pé – Pré-candidato da Rede ao Governo do Estado, o ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lossio, vai reunir jornalistas para um almoço, no restaurante “Fome de quê”, em Paulista, para expor as principais linhas de sua campanha.
Mais bagunça – Ao decidir na última quinta-feira (3) que deputados federais e senadores só têm direito de ser processados no STF por crime praticado no exercício do mandato e em “razão do cargo”, os ministros criaram mais uma bagunça institucional. Afinal de contas, o que danado significa “em razão do cargo?”. Isso dá margem a que cada um dos 11 ministros interprete isto como quiser.
por Inaldo Sampaio