O atendimento nos postos de saúde municipais de Goiânia entrou em crise por causa da falta de médicos. Um paciente registrou queixa na polícia.
É a imagem do desânimo de quem precisa esperar até dez horas por uma consulta nos postos de saúde de Goiânia.
“Esperar, porque a gente não tem condições de pagar uma consulta”, lamenta uma mulher.
E não adianta insistir.
“Clínico geral só está atendendo, somente, risco eminente de morte”, avisa uma funcionária.
É uma via crucis de posto em posto.
“Não tem ninguém aí”, reclama uma paciente ao sair de um posto.
A atendente Daniela Maia levantou às 5h. Com dor nos rins, passou por duas unidades de saúde, mas não encontrou médico.
“A gente chega aqui em caso de emergência, passando mal, eles falam que não tem. A gente está pedindo socorro”.
Neste fim de semana a falta de médico virou caso de polícia. Um paciente denunciou um posto de saúde por omissão de socorro.
“Por que um médico de uma unidade 24 horas não veio trabalhar? Agora se é falta de médico, aí quem errou é o município”, diz o comerciante Marcos Vinícius Lemes.
A Secretaria de Saúde alega que muitos médicos estão de férias e que nos últimos meses vários profissionais pediram demissão. Para reverter esse quadro seriam necessários 60 médicos. A secretaria diz que nesta terça-feira (15) vai convocar 20. O problema é que até eles trazerem documentos, assinarem os contratos, o trabalho mesmo só começa uma semana.
“A nossa meta agora é chamar duzentos concursados na área de clínicos. A gente acredita que nos próximos sessenta, noventa dias, eles já estarão lotados nesses cargos, inclusive sobstituindo esses contratos temporários emergenciais”, indica o secretário de Saúde de Goiânia, Fernando Machado.
Para a família da dona Valdete, a solução chega tarde demais. Mesmo socorrida pelo Samu, a irmã dela morreu depois de passar por três postos.
Fonte: G1.com
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