Homenageado da I Bienal do Livro do Sertão disse, em palestra, que a formação familiar e social, em Salgueiro, é um dos principais fundamentos de sua obra.
O retorno ao lar é sempre um reencontro com o melhor de si mesmo. Quem assistiu à palestra com Raimundo Carrero, neste dia 12, na I Bienal do Livro de Sertão, sentiu a paixão do escritor pela terra em que nasceu, onde, de acordo com ele, aprendeu sobre dignidade, estética, bom senso e bom gosto. “Estou aqui para prestar contas da minha vida”, disse Carrero, como uma espécie de reconhecimento por tudo o que recebeu de Salgueiro e do seu povo. “Aqui li os grandes clássicos da literatura”, completou.
Na plateia, as irmãs Geralda e Leunilce receberam homenagens do escritor, que ganhou o mundo narrando fraquezas e dilemas humanos. “Além de Ariano Suassuna, minhas irmãs foram meu suporte sentimental. Essa formação familiar e social são o fundamento da minha obra literária”.
Apontou a casa em que foi criado, localizada no coração da cidade, na praça da Igreja Matriz, como contributiva do forte sentimento de religiosidade que lhe acompanha. “Antes de escrever sempre peço ao Divino Espírito Santo para me iluminar. Eu sou um ser humano muito abençoado por Deus”.
As discussões com Carrero, que tem dois livros para serem lançados, ainda, este ano, teve a mediação do jornalista, editor do Caderno C do Jornal do Commercio, Marcelo Pereira, autor de ‘Raimundo Carrero: A Fragmentação do Humano’.
“Carrero revela muito a alma humana”, afirmou Marcelo, provocando o homenageado da I Bienal do Sertão a falar sobre o mau-caratismo dos personagens de sua obra.
“Félix Gurgel [do romance A Dupla Face do Baralho] é uma pessoa aética e amoral. Meu compromisso é com a obra literária de qualidade e não com a ética, nem a moral”, justificou Carrero para quem o autor, sim, deve ser um cidadão comprometido com a ética.
Ascom
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