Pela primeira vez desde a Copa do Mundo, o Brasil jogou como visitante. Mais que isso, contra uma torcida conhecida pela sua paixão, que lotou o estádio Sukru Saraçoglu. Não adiantou nada. Com dois de Neymar, um de Willian e um gol contra, a seleção de Dunga fez 4 a 0 na Turquia, em Istambul, e conquistou o público local, que aplaudiu de pé o time verde-amarelo.
O Brasil foi organizado, guardou sua posição e teve paciência em momentos mais difíceis do jogo, como se espera da equipe de Dunga. Muito superior, porém, também arrancou, driblou, deu elástico e fez golaço, “roubando” a torcida dos donos da casa, que a partir do 3 a 0 já estava torcendo pela seleção.
Neymar, em especial, encantou. Além de ter marcado dois gols, deu o passe para o gol de Willian. Principal nome da seleção atual, teve seu nome gritado em coro no estádio. Até quando sofreu falta, viu seu algoz ser vaiado, tamanho o furor que causou.
É uma conquista considerável para a seleção que, há quatro meses, viveu o maior vexame de sua história. Com Thiago Silva, capitão do time na Copa, no banco de reservas o tempo inteiro, Dunga deu mais um passo rumo à reabilitação, completando cinco jogos seguidos com vitórias e sem gols – Colômbia, Equador, Argentina, Japão e Turquia foram vítimas da nova seleção. Com exceção dos turcos, os demais jogos foram em campo neutro.
Fases do jogo:
O Brasil não deu muita chance à Turquia, ainda que o time europeu tivesse o estádio ao seu lado. Com o lançamento de Fernandinho, um gol contra do lateral turco e duas arrancadas de Neymar, a seleção abriu 4 a 0 com facilidade e teve tempo de impressionar, com dribles e jogadas de efeito.
Tudo com a ajuda da Turquia, é claro, que ofereceu poucos riscos aos Brasil. Diego Alves fez uma boa intervenção no primeiro tempo, mas no geral foi bem protegido por Miranda e David Luiz.
O melhor: Willian. Neymar conquistou o público, mas foi o ponta, que atua no Chelsea, quem buscou bastante o jogo e tentou se combinar com os companheiros, sendo o mais ativo do time. Ao dar um lindo elástico em dois rivais, por exemplo, foi aplaudido por todo o estádio.
O pior: Zaga da Turquia. O lateral Kaya fez um gol contra, mas é difícil apontá-lo como único culpado. O sistema defensivo dos donos da casa falhou de maneira quase infantil nos três primeiros gols do Brasil, deixando espaço para o ataque de Dunga abrir a vantagem que queria.
Chave do jogo: Posicionamento do Brasil. Fiel ao esquema tático de Dunga e bem organizado, o Brasil teve calma e qualidade para aproveitar as brechas da Turquia quando elas apareceram. Depois de matar o jogo, ainda teve o mérito de seguir atrás de mais gols.
Toque dos técnicos: Dunga apostou na manutenção do time desde a escalação, ao apostar em Miranda e David Luiz em detrimento de Thiago Silva. Em campo, manteve a aposta. Com o time rendendo, só foi mexer no meio do segundo tempo, dando tempo para a formação principal se entrosar.
Para lembrar:
Neymar artilheiro: Com os dois gols marcados nesta quarta, o atacante do Barcelona chegou a 42 gols marcados pela seleção brasileira principal – jogos pelo time olímpico, por exemplo, são descartados nessa conta. Ele continua sendo o quinto maior da história e está a seis de Zico, o próximo na lista que tem Pelé (77), Ronaldo (62) e Romário (55) à frente.
Defesa invicta: Com a goleada sobre a Turquia, a seleção chega a cinco jogos seguidos sem ser vazada. A última vez que isso havia acontecido foi há mais de quatro anos, quando o próprio Dunga ainda era o técnico.
Diego Alves fura-fila: Goleiro do Valencia “pulou a vez” de Rafael, teoricamente. O ex-santista, hoje no Napoli, tinha sido reserva de Jefferson nas duas primeiras convocações. Diego, novato dessa vez, teve chance de ser titular antes do rival. (UOL)
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