O bruxismo de vigília – movimentos involuntários, ritmados e espasmódicos de ranger ou apertar os dentes de forma constante e excessiva, enquanto se está acordado – tem origem no Sistema Nervoso Central e atinge 40% da população brasileira, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A condição causa carga de pressão sobre os dentes e de tensão nos músculos da mastigação e pode estar associada a diversos fatores emocionais como a ansiedade e a concentração. Essas sobrecargas tensionais podem levar a dores e incômodos muito frequentes na região da cabeça, face, ouvidos, ATM (articulação temporomandibular) e pescoço.
O bruxismo de vigília pode comprometer o sono, a qualidade de vida e a produtividade do portador, como explica o ortodontista Pedro Miranda – especialista em DTM (Disfunção Temporomandibular) e Dor Orofacial e integrante da Comissão de Odontologia do Sono do CRO-PE (Conselho Regional de Odontologia-PE). “Há pacientes que não apresentam qualquer sintoma, porém, os que sentem, se queixam de dor de cabeça, dores nas articulações da mandíbula, além de desgaste ou fraturas nos dentes”.
O ortodontista Pedro Miranda acrescenta que há estudos que sugerem a relação do bruxismo com o estilo de vida das pessoas. “As que estão mais propensas a desenvolver o problema são as que sofrem de estresse, ansiedade ou transtornos do sono. Isso pode levar a uma tensão muscular na mastigação e dor nas articulações até a uma fratura e perda dos dentes, por exemplo. É preciso não apenas a conscientização de que não se pode apertar os dentes, mas que se use uma placa de proteção dentária, que proteja os dentes e relaxe a musculatura”.
Estudos de 2013 a 2015 atestam que o bruxismo de vigília é mais prejudicial do que o do sono, sendo o maior fator de risco para o aparecimento de mialgias e artralgias da ATM. Os estudos sugeriram que o apertamento dentário durante o dia era quase 6 vezes mais frequente que o bruxismo do sono em pacientes portadores de dores na ATM e nos músculos da mastigação (região temporal principalmente). O diagnóstico pode ser feito por um médico ou dentista, que identifica a causa da condição e indica o tratamento. O hábito pode ser removido por meio do tratamento LIVA, terapias de feedback e App como o “desencoste seus dentes”.
LIVA – Tratamento para dores da cabeça, da face e das ATMs causadas pelo bruxismo de vigília, o LIVA foi desenvolvido pelo Dr. Alain Haggiag após mais de 15 anos de pesquisa. O método utiliza a tecnologia exclusiva chamada Dispositivo Interoclusal de Vigília — ou DIVA® —, uma mini placa personalizada que é presa nos dentes posteriores do paciente. O método é 100% não medicamentoso, reversível, não invasivo e sem contra-indicação. Mais de 3.000 pacientes já passaram pelo tratamento LIVA e apresentaram 80% de melhora já nos primeiros 30 dias de tratamento.
Pedro Miranda é formado, há 27 anos, em Odontologia. É especialista em DTM (Disfunção Temporomandibular) e Dor Orofacial; Ortodontia (aparelho fixo, aparelho estético – porcelana e alinhadores – Invisalign); Professor de Ortodontia, DTM e Dor Orofacial, com experiência em Odontologia do Sono (Ronco e Apneia), além de Bruxismo. Faz parte da Comissão de Odontologia do Sono do Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO – PE), junto com as profissionais Sandra Jordão, Ana Regina da Matta, Eleonora Burgos, Renata Grinfeld e Vânia Cristina.