Quando tudo se encaminhava para terminar sem maiores alterações já quase seis horas de reunião, na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira, 4, em Petrolina, no sertão do estado, dois colegas de parlamento, um da oposição e outro da situação, protagonizaram um bate-boca que há tempos o plenário da Casa Plínio Amorim não vivenciava.
De um lado, o vereador Ronaldo Cancão, PTB, da bancada governista, do outro o vereador professor Gilmar Santos, PT, da oposição. Ronaldo não gostou nada da fala de Gilmar que ao debater o projeto de Reforma Administrativa da Casa, disse que a proposta foi feita com “arrumadinho”, nas palavras de Cancão. Gilmar negou que tenha falado dessa forma, mas criticou a exclusão de colegas que já estavam acertados em participar da comissão que elaborou a proposta, inclusive dois ex-presidentes: vereadores Maria Elena e Ruy Wanderley.
Ronaldo rebateu e alterado, não mediu as palavras para responder Gilmar. “Me respeito, respeite a minha vida, não vivo de dinheiro público. O senhor não tem moral, porque o senhor só faz acusações levianas. Me diz que eu sou leviano. Vereador Paulo Valgueiro, até o senhor foi desrespeitado hoje, porque foi dito que o senhor estava no arrumadinho”, acusou Cancão.
Gilmar devolveu e negou que tenha acusado o colega de leviano. “É mentira, vou lhe provar que o senhor mente”, retrucou o petista. Ronaldo disse que está cansado de ser acusado e de ver o nome da Câmara jogado na lama, se referindo a atuação de Gilmar.
“Tire a máscara, paladino da moralidade. Eu não aceito acusação pessoal. Senhor presidente, agora a Comissão de Ética vai funcionar com esse rapaz. Todos formos acusados hoje, dizendo que a gente faz arrumadinho que protege as falcatruas de Osório. Mas o senhor não vai conseguir jogar a Casa na lama, porque aqui tem homem de respeito, de bem. Só quem vai me tirar do poder é Deus e o povo, não é essa anarquia não. O senhor é leviano quando faz acusações levianas aos outros”, declarou Ronaldo Cancão que disse que agora o problema dele com o colega de Casa é pessoal
“Eu vou tirar a sua máscara”, encerrou.
REFORMA
O projeto de reforma administrativa foi aprovado por 19 votos a 4, reduzindo pela metade o número de cargos da Casa que terá pouco mais de 200 cargos com as mudanças. Também foram assegurados R$ 56 mil para a realização do concurso público com 20 vagas previsto para sair o edital em janeiro.