Calendário das federais já está comprometido

Por Ricardo Banana
A+A-
Reset

“O segundo semestre de 2012 só acabará em 2013, quanto a isso não tenho dúvida” afirmou o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), José Luís Simões, nesta quinta-feira (19), após assembleia da categoria. O movimento grevista repudiou a proposta do Governo Federal de 45% divididos em cinco anos. A proposta, segundo a Associação, contempla menos de 10% da classe. E essa discordância entre os professores federais e o Governo alcançou, nesta sexta-feira (20), a marca de 64 dias de paralisação e atrasou todo calendário acadêmico. Ainda de acordo a Adufepe, as matrículas dos veteranos ficarão suspensas até a reposição de aulas, que acontecerá após o fim da greve.

Conforme o presidente José Luís Simões, o percentual de 45% é fantasioso, pois seria dividido em cinco anos e contemplaria apenas 2,9% dos docentes, uma vez que essa faixa de aumento seria para professores titulares com doutorado. “Quando detalhamos a proposta federal, o Governo es­tá propondo redução de salário para a maioria dos docentes. Os 45% oferecidos em cinco anos são para a menor fatia, uma vez que a grande maioria não é professor titular”, explicou.

Para Simões, o soldo dos professores não é o único fator determinante nas negociações. Melhores condições de trabalho, por exemplo, também é uma exigência fundamental dos docentes. “Vamos analisar o exemplo de um professor que tem doutorado em início de carreira, o Go­­verno está propondo, para 2015, um reajuste de 30%, escalonado ao longo dos anos, que vai dar 6% ao ano, o que é inferior à inflação. Além disso, outra proposta que fere a LDB (Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional), é a ampliação das horas-aulas”, considerou.

O movimento nacional exige 20,5% de reajuste já em 2012 e a reformulação do plano de carreiras. “Um pon­to importante na nossa reivindicação é a unificação dos planos de carreira. Todos os professores das federais, seja do ensino básico, tecnológico ou do magistério superior seriam professores federais, com níveis de um a 13”, justificou José Luís.

Ainda segundo ele, as reivindicações da categoria não foram levadas em conta. “Nós apresentamos a proposta de re-estruturação de carreira em março de 2011. Apenas na última sexta-feira, o Governo apresentou essa proposta. Esperaram a gente entrar em greve para apresentar suas considerações”, pontuou.

Por meio de nota à Imprensa, o Ministério do Planejamento afirmou que o reajuste oferecido aos professores universitários proporciona ganhos acima da inflação a todos. O órgão garantiu que até 2015, se o acordo for aceito, o salário dos docentes com dedicação exclusiva e doutorado chegaria aos R$ 8.439. Enquanto que os professores com mestrado e em regime de 40 horas semanais alcançariam os R$ 5.502. O Ministério também assumiu que a proposta prevê uma renda de R$ 17.057 para o professor que atingir o topo da carreira.

Fonte: Folha-PE

Blog do Banana

Related Posts

Deixe um comentário