Cardozo, na AGU, cuidará da defesa de Dilma

Por Ricardo Banana
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imagemEm dezembro, a presidente Dilma pediu ao Advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, que já vinha pedido para sair, que aguardasse até o final de fevereiro. O esgotamento do prazo foi de fato “a gota d’água” para a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça para substituí-lo. Com o novo arranjo, entretanto, haverá alterações nas atribuições de cada um, segundo fontes do Planalto.

Cardozo desgastou-se muito por conta de seu envolvimento com a defesa da presidente e do governo nos diversos fóruns de conflito, como TCU, TSE, Congresso etc, trabalho que fazia a quatro mãos com Luís Inácio Adams, da AGU. A oposição o acusava de atuar mais como advogado de Dilma do que como ministro da Justiça. Com a saída impreterível de Adams, não havia outro nome de confiança da presidente que conhecesse tão bem como ele os processos que ela enfrenta. Esta tarefa agora passa a ser de Cardozo na AGU, ficando o novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, liberado para se dedicar a outros problemas da pasta. Sugado pelo contencioso político-jurídico que cerca Dilma, Cardozo acabou não podendo concentrar-se em outros temas da pasta. Ou seja, com sua saída o Ministério da Justiça ganhará perfil mais técnico-jurídico.

Não houve de fato pressões recentes do PT ou do ex-presidente Lula por sua saída. Nem tem o partido razões para se sentir contemplado ou agraciado com a mudança. Nem o partido alimenta a ilusão de que o novo ministro vá “enquadrar” a Polícia Federal, impedindo operações indesejadas. Quando age como Polícia Judiciária, a PF está sob comando do Ministério Público e da Justiça. O problema é que, desde que se tornou um monstro independente, a PF praticamente concentrou suas forças e atenções nestas operações, seja no âmbito da Lava Jato ou de outras investigações, nelas concentrando forças e recursos em detrimento do combate a outros crimes.

A permanência de Leandro Daielo como diretor-geral da corporação é incerta mas mesmo que ele substituído pelo novo ministro, isso não deve mudar as coisas. O comportamento atual da PF é produto de uma situação política e só mudará quando as circunstâncias também mudarem. Até porque foi no governo do PT que ela conquistou a independência de que desfruta hoje. (247)

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