A gravação do DVD de Flávio Leandro em Petrolina, Pernambuco pode ser traduzido num grande encontro. Uma grande feira. Reunião retratada no cenário do poeta Cássio Lucena. Imaginei também ali um dia de reboco de casa, lugar que cada um aparece para contribuir com o pedaço de seu talento.
Jorge de Altinho, Santana, Maciel Melo, Alcimar Monteiro, Flávio José, Mariano Carvalho, Genival do Cedro, Joquinha Gonzaga, Petrucio Amorim, Sara Leandro vocês garantem o que existe de Melhor na Música Brasileira: balaio cheio de poesia, harmonia, ritmo e melodia. Sentimento tatuado em pés de xique xique, mandacaru, música “zunindo” pura e verdadeira qual as águas do Rio São Francisco.
Em cada verso reportei-me ao poeta Zé Marcolino que imortalizou o sentido da palavra Poeta e Amizade…e assim cantou Zé Marcolino: “Num dia de reboco de casa no sertão do Nordeste é o dia da grande festa, da grande reunião.
Existe dois tipos de de reboco: o de barro sacudido e aquele que o sujeito passa a colher de pedreiro pra ficar bem lisinha…essa é a casa do sertanejo mais caprichoso. E então o pai de família mais caprichoso só leva a filha para um lugar desses, prá se divertir e gozar do momento mais significativo.
Então prá lá me dirigi para encontrar a mulher amada…na hora da aproximação! Peguei-a na cintura, sai cortando o chão pelo pé com ela dançando e nessa conversa de esperança a noite passou, lá vinha a madrugada, a barra quebrando, o sol nascendo acabou-se a Festa”…
E foi assim, Flávio Leandro, eu vi, juro que vi na beira do Rio São Francisco o sorriso de Dominguinhos e Luiz Gonzaga, João do Vale e Jackson do Pandeiro, eles cantavam “aí vai ser amor pra mais de duzentos anos pelos meus planos vou fazer uma casinha…com a varanda voltada pro sol nascente…se avexe não se trabalhar ainda for o meu defeito derrubo um eito de estrelas prá te dar!
E Celestino Gomes nesta hora pintou o quadro Frutificando…Eu vi juro que vi!
Obrigado Poeta Cantador Flávio Leandro.
*Ney Vital-Jornalista- Pós-graduado em Ensino de Comunicação Social. Tese-A produção de Sentido na produção da obra de Luiz Gonzaga.
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