A Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE), neste dia 10 de novembro, lembra a todos sobre os perigos da Ceratocone, uma doença caracterizada pela alteração na estrutura da córnea (que é a parte transparente da frente do olho), que se torna mais fina e protuberante, formando um cone, podendo comprometer a visão. O ceratocone é uma doença genética rara, de caráter hereditário e evolução lenta.
A doença se manifesta mais entre os 10 e os 25 anos de idade, mas pode progredir até a quarta década de vida ou estabilizar-se com o tempo. Pode, ainda, atingir os dois olhos de maneira assimétrica, ou seja, afetar mais um olho do que o outro. Ainda não se conhece a causa exata, mas, possivelmente, as alterações na superfície da córnea sejam resultado de inúmeros fatores que contribuem para a perda de elementos estruturais dessa membrana e vão desde o decréscimo no aporte de colágeno até o ato de esfregar ou coçar os olhos com frequência.
“Por isso, o risco de desenvolver ceratocone é maior nos pacientes alérgicos, que sentem muita coceira nos olhos. Ele também está presente em pessoas com Síndrome de Down ou com alterações oculares congênitas, como a catarata e a esclerocórnea, que é a parte branca do olho, por exemplo”, esclarece a oftalmologista da UPAE, Candice Costa.
Há casos de pessoas com história da doença na família que apresentam um quadro de ceratocone subclínico, sem sintomas. Quando eles aparecem, porém, variam de acordo com a fase da doença. O mais característico é a perda progressiva da visão, que se torna borrada e distorcida (tanto para longe quanto para perto) e obriga a aumentar com frequência o grau das lentes dos óculos até que a solução é substituí-los por lentes de contato, que podem ser de diferentes tipos.
Outros sintomas incluem: sensibilidade à luz (fotofobia); comprometimento da visão noturna; visão dupla (diplopia); formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz.
Nas fases iniciais, quando a deformação da córnea não é grave, o uso de óculos é suficiente para recuperar a acuidade visual. No entanto, à medida que o ceratocone evolui, os óculos precisam ser substituídos por lentes de contato, que ajudam a ajustar a superfície anterior da córnea e a corrigir o astigmatismo irregular provocado pela deformidade. “Embora o ceratocone seja uma causa frequente de transplante de córnea, ele só é indicado em um número pequeno de casos mais graves, quando os pacientes deixam de responder bem às outras formas de tratamento”, ressalta a médica.
Por ser uma doença de caráter genético e hereditário, não se conhecem maneiras de prevenir o aparecimento do ceratocone. Porém, é possível controlar a evolução da doença nas pessoas geneticamente predispostas, corrigindo o hábito de coçar os olhos, tratando a rinite alérgica, as alergias dermatológicas e a asma, por exemplo, que podem causar a coceira. “É importante, também, avaliar as condições de adaptação e higiene das lentes de contato, se for o caso”, finaliza.
O Dia Mundial do Ceratocone é uma oportunidade para falar sobre essa doença, conscientizar a população e destacar a importância de consultar um oftalmologista regularmente. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível gerenciar o ceratocone e preservar a saúde ocular.
Com informações da Ascom UPAE Petrolina