Moradores e turistas de cidades litorâneas chilenas estão deixando a costa do país depois do mar começar a recuar
O Chile evacuou neste sábado (15) a maioria das praias do país — exceto em duas regiões do sul — nos mais de 4.000 km de costa, junto com as da Ilha de Páscoa e da Antártida, diante da possível chegada de um tsunâmi após a erupção vulcânica em Tonga.
Ao longo do dia, as autoridades passaram de alertar sobre a possibilidade de um tsunâmi na Ilha de Páscoa e no arquipélago de Juan Fernández, cerca de 3.300 km a oeste do continente no Oceano Pacífico, para desocupar as praias de todas as regiões desde a fronteira norte com o Peru até o extremo sul. Apenas Aysen e Magallanes ficaram de fora.
“Saia da área da praia, devido a um tsunâmi menor”, dizia a mensagem de texto de emergência que foi recebida pela população que se encontrava em todas as áreas afetadas. Desde a manhã, foi registrada uma variação na altura da onda de entre 30 cm e 1 m.
As áreas mais críticas são as regiões de Coquimbo (centro-norte) e Los Ríos e Los Lagos (sul), as únicas em estado de “alerta por tsunâmi”, já que os registros de ondulação ultrapassaram 1 m de altura, indicou o Onemi (Escritório Nacional de Emergência).
Milhares de pessoas que curtiam as praias do Chile durante o verão foram alertadas com o som estridente do alerta de tsunâmi em seus telefones.
Os banhistas pegaram seus pertences e abandonaram “a água e a areia”, conforme pediram as autoridades para as áreas que não estão em “alerta”, mas sim em “precaução”, um nível de risco menor.
Guardas-sóis e toalhas ficaram jogados e os cidadãos — treinados todo ano no Chile em vários exercícios para evacuação de tsunâmis — rapidamente deixaram a área da praia para ir para lugares mais altos e mais distantes da costa.
Em locais como Dichato, 510 km ao sul de Santiago, onde um grande tsunâmi foi registrado em 2010 como resultado de um terremoto de magnitude 8,8, foi possível observar como o mar recuava da praia, expondo vários metros de areia que normalmente permanecem sob a água.
Oficiais da Onemi e da Marinha do Chile explicaram que os protocolos usuais foram ativados no país após um terremoto que poderia causar um tsunâmi. No entanto, como houve a erupção de um vulcão submarino, o comportamento das ondas e marés é “anômalo”.
“É algo que nunca havia ocorrido conosco, nos resta tomar precauções rapidamente para poder alertar as pessoas”, explicou o almirante da Leonardo Chavez em coletiva de imprensa. O militar alertou que em condições normais a altura da maré sobe e desce a cada oito horas, porém, com a erupção do vulcão Tonga, essas variações ocorrem em questão de minutos.
A erupção vulcânica submarina no Pacífico, nas ilhas de Tonga, provocou um tsunâmi com ondas de 1,20 metros no Japão e gerou alertas na costa oeste dos Estados Unidos.
Através de imagens feitas no espaço, foi possível observar o momento em que a última erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai lançou um cogumelo de fumaça e cinzas ao ar e uma onda de choque pelo mar ao redor.
(Portal R7).