O PT está preocupado com as eleições de 2016 nas cidades grandes. A avaliação da cúpula do partido é que o impacto dos escândalos de corrupção e o desgaste do governo Dilma Rousseff, influenciam mais os eleitores desses municípios do que os das pequenas cidades, onde prevalecem as questões locais. Para tentar atenuar esse cenário desfavorável, o partido pretende pôr as campanhas nas ruas o mais rapidamente possível. Atualmente, o PT comanda 15 das 83 prefeituras do país onde as eleições são disputadas em dois turnos (cidades com mais de 200 mil eleitores).
A preocupação principal é com seis dos 15 municípios onde o prefeito já está no segundo mandato e não pode tentar nova reeleição. Decidir rapidamente um candidato é considerado fundamental para aumentar as chances de manter o comando dessas cidades. Uma eventual perda de prefeituras em municípios grandes enfraqueceria o partido para a disputa presidencial de 2018.
Os planos petistas de antecipar o planejamento para as eleições municipais, porém, sofreram um revés com a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de abrir o processo de impeachment contra Dilma. “Estamos concentrando a nossa energia nessa luta contra o golpe”, diz o secretário de Organização do PT, Florisvaldo Souza, um dos encarregados de monitorar as articulações das candidaturas pelo país.
Ele pontua que o partido tem que concentrar também no pleito, pois “vai ter eleição independentemente de qualquer coisa”.
O PT terá outro problema para administrar em março: o risco de saída de prefeitos. Com a aprovação da reforma política, o prazo para mudança de partido para quem quer disputar as eleições municipais passou a ser o começo de abril. A legenda já sofreu uma baixa em cidades grandes, em setembro, quando Luciano Cartaxo, de João Pessoa, trocou o PT pelo PSD.
O partido também acompanha a situação de São Paulo: a maioria das cidades grandes administradas pelo partido está no estado, onde o desgaste da sigla é considerado maior. São oito prefeituras paulistas com mais de 200 mil eleitores, incluindo a capital do estado, administrada por Fernando Haddad. Em cinco, o prefeito poderá tentar a reeleição. (247)
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