Cientistas identificam dor crônica através de sinais cerebrais e abrem margem para melhora no diagnóstico e tratamento

Por Ricardo Banana
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Segundo o neurocirurgião especialista em Parkinson e Dor Crônica, Dr. Bruno Burjaili, o estudo é um grande avanço, mas ainda é muito invasivo
A dor crônica é uma condição debilitante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, ela é caracterizada por uma dor persistente que dura mais de três meses, podendo ser contínua ou intermitente, seu tratamento visa apenas alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida do paciente, no entanto, um novo estudo apresenta novas possibilidades de diagnóstico e tratamento para a condição.
O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos, publicado na revista científica Nature Neuroscience e conseguiu desenvolver um método de medição objetiva da dor crônica através dos sinais cerebrais de voluntários.
Quatro participantes que relataram dores após uma amputação ou derrame, tiveram eletrodos implantados no cérebro que atuavam registrando a atividade cerebral no córtex cingulado anterior e do córtex orbitofrontal durante seis meses, período em que os voluntários classificaram frequentemente seus níveis de dor, cruzando os dados os pesquisadores conseguiram identificar padrões nos dados para prever o nível de dor de cada paciente.
A descoberta pode melhorar o diagnóstico e tratamentos para dor crônica, mas ainda precisam passar por adaptações para se tornarem mais amplamente utilizados e se torne menos invasivo, é o que defende o neurocirurgião especialista em Parkinson e Dor Crônica, Dr. Bruno Burjaili.
“Algo muito interessante neste estudo é que os pesquisadores conseguiram prever, com alguma precisão, o estado da dor crônica dos pacientes através da visualização da sua atividade cerebral, sem a necessidade de outros exames, inclusive sem exame físico. Esse tipo de marcador biológico é algo buscado há muito tempo para melhorar o diagnóstico e direcionamento de tratamentos. A descoberta ainda precisa se tornar de fácil acesso para uso clínico”.
“Essa atividade foi identificada apenas em pacientes implantados com eletrodos, ou seja, foi um método invasivo, com o seu aperfeiçoamento, seria possível torná-lo menos invasivo e ampliar as possibilidades de utilização na nossa luta diária contra as dores crônicas” Afirma Dr. Bruno Burjaili.

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