COLOMBO: ‘IMPEDIR GOVERNO DE GOVERNAR É GOLPE’

Por Ricardo Banana
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imagemO governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, do PSD, saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff contra as tentativas de golpe da oposição e rechaçou as ações do Congresso Nacional que fragilizaram a situação fiscal do Brasil.

Ele disse não ver “razões” para um eventual impeachment de Dilma. “Foi eleita pela sociedade brasileira. Está há seis meses no governo. Claro que estão havendo correções importantes, às vezes impopulares, que ocorreriam também se o Aécio tivesse ganhado a eleição. A proposta econômica teria de ser mais ou menos essa. Não torço para o touro derrubar o toureiro. Eu torço para que o Brasil vá bem”, afirmou.

A respeito das chamadas pedaladas fiscais, que devem ser consideradas ilegais pelo Tribunal de Contas da União, Colombo admitiu não conhecer “bem o processo”. “Deve ser avaliada tecnicamente a questão das pedaladas, mas já houve no passado. Acho que não se deve colocar mais gasolina neste momento do Brasil e com as consequências que isso pode ter”, ressalvou.

“O que o povo está cansado, sinceramente, é que antes o PSDB era o governo e o PT estava na rua tentando destruir. Agora, se inverte”, disse, lembrando que ele e os petistas são adversários “ferrenhos” em Santa Catarina.

Colombo também fez críticas à administração Dilma. “O próprio governo reconhece que houve desonerações excessivas e algumas desnecessárias.” No entanto, afirmou que apoiou a reeleição da presidente por “gratidão”.

“Sou sincero. A presidente Dilma, em Santa Catarina, está fazendo uma boa parceria conosco. Ela nos ajudou. Não tenho nenhuma relação com o PT. Ela não tinha nenhuma obrigação com a gente. Mas demonstrou espírito republicano e construímos uma boa parceria. Agora, o mais importante pra mim, na minha relação com ela, é o futuro do Brasil. E a gente tem de olhar o futuro com mais responsabilidade. Essa superficialidade me deixa com medo do futuro”, afirmou.

Entrevistado pelo jornalista Kennedy Alencar (aqui), o governador afirma que o Congresso agiu com “irresponsabilidade” ao votar a flexibilização do fator previdenciário e estender a política de reajuste real do salário mínimo para a correção de todas as aposentadorias. Ele também criticou a aprovação do reajuste dos servidores do Poder Judiciário pelo Senado e a reforma política votada pela Câmara. “A reforma política foi uma tragédia. Um desastre. Um desrespeito à população brasileira”, disse.

“É um desrespeito ao bom senso e ao esforço que todo mundo no Brasil está fazendo para ajustar as contas. Essas quatro medidas que o Congresso aprovou são uma irresponsabilidade com o momento pelo qual o Brasil passa. Então, atribuir a crise só ao governo é um conforto. O processo é bem mais amplo. Essas quatro medidas são horríveis.”

O governador de Santa Catarina afirmou que “contraponto é fundamental para iluminar o caminho da gente”. Mas também disse: “Sinceramente, quero uma coisa melhor do que isso, que essa oposição tão dura”.

A respeito da Operação Lava Jato, ele afirmou “O Brasil precisa ser passado a limpo”. “Evidentemente, tem de haver por parte do Poder Judiciário, que fica muito empoderado e muito aclamado pela sociedade, eles precisam, para o bem de continuarem trabalhando, se impor limites. Respeitar as leis. Não pode haver excesso. Mas esse processo tem de continuar. Esse tumor tem de sair da sociedade. Mas o poder Judiciário tem de ter também equilíbrio para não cometer excessos”, complementou. (247)

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