Gesto do presidente é visto como um desagravo ao ministro e uma indicação de que ele não deixará o cargo
Em meio a um cenário decisivo para a reforma ministerial e sob a ameaça iminente do Centrão, o presidente Lula (PT) planeja um gesto público de apreço ao ministro Wellington Dias, responsável pelo Ministério do Desenvolvimento Social. O presidente pretende participar do lançamento do programa Brasil Sem Fome, que ocorrerá no estado do ministro, o Piauí, em 31 de agosto, destaca o jornal Folha de S. Paulo. Tal gesto é interpretado como uma demonstração de apoio ao ministro e uma indicação de que ele permanecerá no cargo.
O presidente Lula, após sua viagem à África, tem a intenção de se dirigir ao Piauí para prestigiar o evento de lançamento do programa, um plano que visa a erradicação da pobreza no país através da ampliação da sinergia entre políticas públicas e programas sociais. Essa ação tem sido interpretada por auxiliares do presidente como um sinal de que Dias será mantido na pasta, e serve também para reforçar o domínio do PT sobre a área social, principalmente o programa Bolsa Família, que é uma das vitrines do governo.
O gesto público de apoio ao ministro Dias também tem conotações políticas, uma vez que ele é visto como um aliado próximo a Lula e adversário político do senador Ciro Nogueira, presidente do Partido Progressista (PP). O PP, por sua vez, buscava obter controle sobre o Ministério do Desenvolvimento Social.
O lançamento do programa Brasil Sem Fome pode ser entendido como movimento estratégico para garantir a permanência de Wellington Dias no cargo e assegurar a continuidade da gestão petista sobre a pasta de Desenvolvimento Social, destaca a reportagem.
O atual cenário político, marcado por pressões do Centrão e busca por espaços no governo, impõe desafios ao presidente Lula na definição da reforma ministerial. O desenho final do novo arranjo governamental, incluindo o destino do Ministério do Desenvolvimento Social e as estratégias para manter o Bolsa Família sob a gestão do PT, deve ser definido após a volta do presidente ao Brasil.