O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, disse nesta segunda-feira (2) que os Correios estudam a criação de um serviço público e gratuito de e-mail que contaria com criptografia, para tentar evitar espionagem como a realizada pelo governo dos Estados Unidos.
De acordo com Lins, a intenção de criar o serviço foi discutida em uma reunião que aconteceu antes de surgirem as denúncias de que brasileiros têm mensagens de email e informações telefônicas monitorados pela inteligência norte-americana.
O objetivo dos Correios, disse ele, é criar uma certificação digital, serviço pago que funciona como uma espécie de carimbo que garante a veracidade de documentos enviados pela internet. Para proteger esses documentos, a estatal quer criptografá-los. Num passo seguinte, a mesma tecnologia poderia ser utilizada para oferecer email gratuito à população.
“Para os Correios, trata-se de uma oportunidade de negócios”, disse Lins. “Tratamos desse assunto antes das denúncias, por isso não se trata de uma resposta contra a espionagem. Mas acelerar esse processo [para criar o email criptografado], é uma boa resposta”, completou.
O secretário-executivo admitiu que o custo para manter um serviço de e-mail criptografado é alto. Mas apontou que, a exemplo do que fazem hoje empresas como Google e Facebook, os Correios podem vender anúncios para financiá-lo.
Espionagem contra Dilma
No domingo (1º), reportagem do Fantástico mostrou documentos classificados como ultrassecretos, que fazem parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que indicam que a presidente Dilma Rousseff e o que seriam seus principais assessores foram alvo direto de espionagem da NSA. Um código indica isso.
O jornalista Glenn Greenwald, coautor da reportagem, foi quem recebeu os papéis das mãos de Edward Snowden – o ex-analista da NSA que deixou os EUA com documentos da agência com a intenção de divulgar o sistema de espionagem americano no mundo.
Nesta segunda, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou que, se comprovadas, as denúncias de espionagem contra a presidente Dilma são “inadmissíveis” e “inaceitáveis”. Figueiredo deu entrevista coletiva ao lado do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e os dois falaram em nome do governo brasileiro. (G1)
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