Superados os trâmites internos e a pressão da Coelba, o deputado Tum (PSC), autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a concessionária de energia elétrica da Bahia, comemora o desfecho dessa primeira etapa. “Chegamos aqui com o apoio majoritário dos colegas parlamentares, da população, da imprensa, que acompanhou de perto essa iniciativa, da presidência e da procuradoria-geral da Alba, a quem também agradeço o empenho por essa pauta”, afirmou.
Prevista para ser instalada ainda nesta semana, a comissão terá oito integrantes indicados pelos líderes partidários. Para o deputado Tum, o próximo desafio envolve justamente essa composição e é grande a expectativa para que ele ocupe a relatoria. “Tenho me preparado para essa missão há meses, estudei a fundo a situação da empresa, as deficiências, contratei, com recursos próprios, uma assessoria para tratar do tema, então me considero pronto para essa tarefa, sobre a qual os baianos depositam muita expectativa, sem dúvidas”, assegurou o parlamentar.
Antes mesmo do aval jurídico para instalação da CPI, o autor já mantinha contato com líderes da oposição e da situação na Alba. O deputado buscou sensibilizá-los para a necessidade de formar uma mesa diretora apartidária, municiada de informações e resistente às pressões externas para, assim, assegurar o compromisso firmado perante os baianos.
Tum lembra ainda que a CPI da Coelba é um fato histórico, sem precedentes no Brasil. “Por isso, a oportunidade precisa ser aproveitada ao máximo, para esmiuçar a atuação da concessionária e apontar soluções, que é a grande expectativa dos baianos. “Precisamos otimizar tempo e recursos, então, a quem interessa manter longe da investigação o deputado que mais possui informações e conhecimento sobre a investigada?”, questiona.
A CPI
Apresentado à presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) com o aval de 39 deputados, 18 a mais que o mínimo necessário, o requerimento de CPI prevê investigar ações e omissões da Coelba, empresa controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, que registrou lucro de 10 bilhões de reais no primeiro quadrimestre de 2020 e, no entanto, ocupa o topo do ranking de reclamações do Procon-Bahia.
Nas justificativas para abertura da CPI, o deputado cita a pouca transparência na composição dos preços cobrados aos baianos, além dos “prazos e custos nas solicitações de ligação”. Além disso, questiona a falta de um plano de expansão da rede, o que tem inviabilizado novas ligações elétricas do programa Luz para Todos e a implantação de grandes empreendimentos, que poderiam estar gerando emprego, renda e impostos na Bahia.