O ex-presidente nacional e atual presidente do PSDB em Pernambuco, deputado federal Sérgio Guerra, disse que os partidos que fazem oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) deverão acionar o Ministério Público Federal (MPF) para que seja realizado o aprofundamento das denúncias de que lobistas ligados ao PMDB teriam recebido dinheiro pela intermediação de um contrato, da ordem de US$ 110 milhões, entre a Petrobras e um empresário argentino. O valor que teria sido repassado aos lobistas seria de US$ 10 milhões, conforme publicado pela revista Época desta semana. “Não adianta fazer CPI, que não dá em nada. Temos que procurar a Justiça”, afirmou Guerra em entrevista a Rádio Folha FM.
De acordo com o parlamentar tucano, a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, chegou ao cargo com a missão de moralizar a companhia. “Saiu o (Sérgio) Gabrielli, entrou a Graça e nada mudou”, disse Sérgio Guerra. A intenção de procurar o MPF para apurar as denúncias veiculadas pelo veículo de comunicação tem como pano de fundo o resultado de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre supostas irregularidades na estatal.
Como os resultados não resultaram em ações práticas, a oposição agora acredita que a entrada do MPF possa garantir um resultado mais palatável para a oposição e também para a opinião pública. O caso deverá ser usado politicamente pelo PSDB, até porque a última pesquisa do Datafolha aponta que as intenções de voto do senador Aécio Neves (PSDB-MG), caíram de 17% para 13%. O PSDB também está sendo alvo de denúncias que envolvem os tucanos em São Paulo, sobre propinas e favorecimento a empresas em licitações do Metrô e da CPTM. As suspeitas recaem sobre governos de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.
Conforme a matéria da revista Época, setores do PMDB teriam sido beneficiados pelo esquema montado pelo ex-funcionário da Petrobras, João Augusto Rezende Henriques. Henriques teria confessado que os contratos internacionais da estatal passavam pelo seu crivo e que cobrava propina para sua efetivação. Estes recursos teriam irrigado campanhas eleitorais do PMDB e a da própria eleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Menos de 24 horas após a revista chegar às bancas, Henriques negou o conteúdo da matéria. Em seguida, Época publicou parcialmente trechos do áudio da conversa entre Henriques e o jornalista Diego Escosteguy. (247)
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