Política

CPI: Paulo Roberto culpa “maus políticos” por irregularidades na Petrobras

imagemEm depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa voltou a dizer que se arrepende de ter participado do esquema de corrupção na empresa e reiterou que está “pagando com muito sofrimento”. Considerado o maior delator da Operação Lava Jato, Costa voltou a citar que liberou repasses de dinheiro do esquema de propinas da Petrobras para a campanha de Eduardo Campos, em 2010.

“A origem do que aconteceu na Petrobras foram maus políticos que fizeram isso acontecer. A oportunidade do Brasil agora é fazer uma ruptura de um sistema podre. Eu estou dando minha contribuição com muito sofrimento e muita dificuldade. Quero um país melhor no futuro. Estou pagando por isso, e não está sendo fácil”, disse Costa, adiantando que pretende contribuir com os trabalhos da CPI, respondendo às perguntas dos deputados.

É a terceira vez que ele vai ao Congresso depor sobre as irregularidades na estatal. Em setembro do ano passado, Costa esteve no Congresso para depor na comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investigava denúncias de corrupção na companhia. Ele, no entanto, não respondeu às perguntas dos parlamentares, usando o direito de ficar calado.

Em dezembro, o ex-diretor voltou à Casa para uma acareação com o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Na ocasião, Costa declarou que o caso da Petrobras se repete em todos os outros setores públicos do Brasil – “nos portos, nos aeroportos, nas rodovias, nas ferrovias e nas hidrelétricas” –, e disse que “ninguém chega à diretoria da Petrobras sem uma indicação política”.

Costa também confirmou que intermediou uma “ajuda financeira” para campanha eleitoral do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto no ano passado em um acidente de avião.

“Houve uma solicitação neste sentido por um secretário dele, que hoje ocupa uma vaga no Senado. Seria muito importante ter uma ajuda financeira para a campanha de governo do Estado do infelizmente falecido Eduardo Campos. Este contato foi feito e este recurso foi repassado para ele”, disse o delator, em referência ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).

O delator também contou que, em 2009, foi contactado pelo deputado federal Eduardo da Fonte (PP) para uma reunião em um hotel do Rio de Janeiro. No local, conta Costa, estavam o senador Sérgio Guerra (PSDB), que faleceu em março de 2014, e Eduardo da Fonte (PP).

“Foi me dito pelo senador Sérgio Guerra com o deputado Eduardo da Fonte que estava havendo uma CPI sobre a Petrobras e que isso poderia ser minorado, postergado, mas que precisava ter um ganho, um ajuste financeiro. Esta foi a primeira reunião, não se falou de valores. Tivemos uma segunda e uma terceira reunião, novamente com o senador Sergio Guerra e o deputado Eduardo da Fonte. Este valor foi pago. Isso está detalhado no meu depoimento”, contou o ex-diretor da Petrobras. (Da Agência Brasil/Vinicius de Santana)

Blog do Banana

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