A maior pesquisa Datafolha realizada até agora, com 8.433 entrevistados, nos dias 20 e 21 de agosto, amplia ainda mais a liderança do ex-presidente Lula, que vem sendo mantido como preso político para não disputar as eleições. Ele tem 39% das intenções de voto, vinte pontos acima de Jair Bolsonaro, que aparece com 19%. O levantamento mostra ainda a fragilidade de todas as candidaturas associadas ao golpe de 2016, como a de Geraldo Alckmin, que tem apenas 6%.
Uma decisão recente do Comitê de Direitos Humanos da ONU garante os direitos políticos da Lula, mas setores do Judiciário dão sinais de que pretendem desafiar as Nações Unidos, colocando o Brasil à margem do sistema internacional. No dia de ontem,
Publicada no jornal Folha de S. Paulo, a pesquisa é uma das mais completas feitas até aqui, com cenários nacionais e regionais. A pesquisa destaca que o terceiro lugar das intenções de voto a presidente está embolado: empatados estão Marina Silva (Rede, com 8%), Geraldo Alckmin (PSDB, 6%) e Ciro Gomes (PDT, 5%).
O instituto afirma que sem Lula, Marina e Ciro dobram suas intenções de voto, ficando atrás de Bolsonaro (22%), com 16% e 10%, respectivamente. Alckmin também sobe, mas para apenas 9%, empatando na margem com Ciro.
Com Lula na disputa, brancos e nulos somam 11%, com 3% de indecisos. Sem Lula, os índices sobem respectivamente para 22% e 6%.
Um dado importante, mas insuficiente do ponto de vista da metodologia do instituto é a percepção de Fernando Haddad no cenário como um todo. Haddad, vice de Lula, pode herdar a candidatura caso o TSE afronte a decisão da ONU em determinar o direito de Lula ser candidato à presidência.
Para o Datafolha, a simulação com o nome de Haddad apresenta 4%, mas sem o nome associado a Lula. Ao mesmo tempo, o instituto diz que, no momento, 31% dos eleitores votariam em um candidato escolhido por Lula – o que daria a Haddad alto potencial eleitoral.
O Datafolha reconhece que Haddad tem um potencial considerável: não é conhecido por 27% dos eleitores, contra 59% que já ouviram falar do ex-prefeito paulistano. Em comparação, Lula é conhecido de 99% dos ouvidos, Marina, por 93% e Alckmin, por 88%. Assim, Haddad registra baixíssima rejeição: 21%. (247)