A pesquisa Datafolha desta quarta-feira fez uma pegadinha contra o ex-prefeito Fernando Haddad: lançou seu nome, sem dizer que seria o candidato de Lula; no entanto, o mesmo levantamento aponta que 31% dos brasileiros votam, com certeza, em quem Lula indicar e que 18% podem seguir o líder petista. A conclusão é óbvio: Haddad, como candidato indicado por Lula, pode chegar a até 49% dos votos.
Se a vitória de Lula no primeiro turno por maioria absoluta é provável, a de Haddad também passa a ser, a partir desta pesquisa do DataFolha. Se não conseguir, será quase certamente o primeiro colocado no primeiro turno, como tem afirmado o diretor do Instituto Vox Populi (aqui).
O instituto da Folha de S.Paulo apresentou num quadro o cenário de potencial transferência de votos de Lula com um título quase anedótico (veja abaixo). “Quase a metade dos eleitores diz que não votaria no candidato do ex-presidente”, está no título. O que ele tenta esconder? O fato de que a metade dos eleitores tende a votar no candidato de Lula.
A pesquisa, publicada no jornal Folha de S. Paulo, fez uma simulação com o nome do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial. Haddad é candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula e pode herdar a candidatura caso o TSE desrespeite a diretriz internacional da ONU, que determinou judicialmente que a candidatura de Lula seja assegurada de todos os seus direitos, mesmo Lula estando preso.
A metodologia do Instituto é falha em simular o nome de Haddad de maneira “solta” e independente em suas aferições. Ainda assim, Haddad apareceu com 4% das intenções de voto.
O Datafolha, no entanto, é pego por sua própria precipitação e leitura enviesada do cenário: o instituto mostra que 31% dos eleitores votariam com certeza no candidato que Lula indicar e que 18% podem votar nesse candidato ungido pelo ex-presidente.
Isso daria a Haddad 49% dos votos em uma consideração prévia, que ainda demandaria algumas análises transversais.
A pesquisa Datafolha, portanto – e embora tente esconder esse fato –, aponta para uma vitória expressiva do PT em quaisquer que sejam os cenários estabelecidos. (247)