O delegado da Polícia Federal Marlon Cajado, que atua na Operação Zelotes, disse em um ofício encaminhado à Justiça Federal que o ex-presidente Lula é investigado em um segundo inquérito que apura um suposto esquema de ‘compra’ de medidas provisórias que beneficiaram o setor automotivo.
Recentemente, Cajado foi acusado pelo advogado Roberto Podval, que representa o lobista Mauro Marcondes no processo, de chantagear seu cliente para que fizesse delação premiada envolvendo Lula. Em troca, sua mulher não seria transferida para o regime fechado, o que acabou acontecendo dois dias depois.
Segundo reportagem do jornalista André de Souza, do Globo, o delegado declara no ofício: “Fez-se necessária a instauração de novo procedimento policial expediente (sic) tentar alcançar a verdade real sobre os fatos apurados, isto é, se outros servidores públicos foram de fato corrompidos e estariam associados à (sic) essa organização criminosa, ou se estaria ‘vendendo fumaça’ vitimando-os e praticando o tráfico de influência com relação aos mesmos, a saber, Erenice Alves Guerra, Dyogo Henrique e Oliveira, Nelson Machado, Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, Helder Silva Chaves, Ivan João Guimarães Ramalho, Miguel João Jorge Filho, entre outros”.
Advogados de réus no caso definem essa investigação como um “inquérito paralelo”, criado para produzir novas provas acusatórias e que investiga os mesmos fatos do que já é apurado pela Justiça Federal do Distrito Federal. Cajado nega o paralelismo e diz que “não há dois inquéritos tramitando concomitantemente para apurar o mesmo fato”. (Brasil 247)