O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta quarta-feira (15), agradeceu pelo Twitter a solidariedade prestada a ele pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, no entanto, Ciro voltou a chamar Lula de “ladrão”.
“Vão me insultar, vão me agredir, mas a intenção é exatamente essa, me abater para que eu seja moderado, para que eu não continue atacando aqueles ladrões assaltantes da vida pública brasileira, como é o Bolsonaro e como foi o Lula. Continuarei dizendo concretamente quem é ladrão e eu não sou”, disse Ciro em entrevista ao programa Manhã Bandeirantes.
A declaração de Ciro foi feita poucos minutos depois do ex-presidente Lula expressar “repúdio ao comportamento da Polícia Federal, que foi quem determinou a invasão da casa do candidato a presidente, Ciro Gomes, e do seu irmão, senador da República”. Lula disse, ainda, considerar como “inexplicável que as pessoas que poderiam ser intimadas para prestar um depoimento, dar uma explicação, tenham suas casas invadidas, sem levar em conta que um é candidato a presidente e o outro senador e que são pessoas que têm uma vida idônea, provada e comprovada”.
Na entrevista, Ciro também disse que a ação da PF tem como objetivo minar a sua pré-candidatura à Presidência da República. “Isso é o Brasil. Tenho 40 anos de vida pública e nunca me envolvi em nenhum tipo de mal feito. Agora, [essa operação acontece] a essa altura da minha vida, quando eu me preparo para disputar a presidência do Brasil botando o dedo na ferida de todos eles. Eu denunciei a roubalheira do PT e denunciei a do Bolsonaro. O Bolsonaro é ladrão. Os filhos do Bolsonaro são ladrões. E a estrutura toda [do governo] está acobertando. E eu não quero ser acobertado. Eu quero ser investigado severamente. Eu não sou nenhum cidadão acima da lei. Todas as denúncias têm que ser apuradas, inclusive dessa delação que deu causa a essa absurda operação”, afirmou o pedetista.
A operação da PF deflagrada nesta quarta-feira apura um suposto esquema de fraudes e pagamentos de propinas a políticos e servidores públicos envolvendo a licitação para a construção do Estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre os anos de 2010 e 2013. Segundo os investigadores, Ciro e Cid Gomes fariam parte de uma “associação criminosa” que favoreceria empresários mediante o pagamento de propina.
Brasil 247.