Neste Janeiro Roxo, mês de conscientização e combate à hanseníase, a dermatologista da Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE), Dra. Ana Catarina Mota, faz um alerta sobre os perigos do subdiagnóstico da doença.
“O estigma e a falta de informação ainda são entraves para o diagnóstico correto da hanseníase. Uma doença descoberta no século 19, e que ainda hoje carrega consigo muitos preconceitos”, ressalta a médica.
A identificação precoce evita danos aos nervos e movimentos. Pode estar presente em diversas camadas da sociedade, e não apenas em locais mais carentes e sem saneamento básico.
Em algumas fases, após instalada no organismo, nota-se alteração ou perda da sensibilidade ao calor e ao frio, dor, fraqueza muscular dos membros e até incapacidade da visão.
“É comum que as pessoas com hanseníase não sintam queimar a pele, mesmo sendo o forte calor do fogo em áreas com manchas no corpo, mãos ou pés, mas podem também sentir uma espécie de pequenos choques e picadas em lesões iniciais. Por isso, é importante que a família respeite, ouça as queixas e busque ajuda”, destaca a profissional.
A doença tem cura e o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente do diagnóstico ao tratamento, que têm como referência as Unidades Básicas de Saúde.
O diagnóstico é essencialmente clínico, com análise da história do paciente e exame dermatoneurológico (da pele e dos nervos), para avaliação de áreas da pele e/ou manchas com alterações de sensibilidade (ao toque, à dor e à temperatura).
Em alguns casos, o paciente precisa ser encaminhado para serviços especializados, para confirmação diagnóstica e, quando necessário, para acompanhamento do caso.