O Vasco começou com vitória a sua participação nas oitavas de final da Taça Libertadores. Jogando em São Januário, o Cruz-Maltino derrotou o Lanús pelo placar de 2 a 1 na noite desta quarta-feira. Alecsandro e Diego Souza, que marcou após dar um lençol num rival, fizeram os gols do time carioca, com Regueiro descontando para os argentinos na etapa final. Apesar do triunfo, a torcida vascaína ficou na bronca, principalmente com o técnico Cristóvão Borges. Ele passou a ser chamado de burro depois que trocou Felipe por Fellipe Bastos. No fim do jogo, as reclamações foram intensas, e Cristóvão voltou a ser alvo de vaias e xingamentos vindos da arquibancada. Os jogadores, em sinal de solidariedade, esperaram o treinador para, só então, juntos, descerem para os vestiários.
Com o resultado, basta ao Vasco um empate no jogo de volta, na próxima quarta-feira, na Grande Buenos Aires, para ficar com a vaga nas quartas de final. O Lanús, por sua vez, se classifica se vencer por mais de um gol de diferença ou pelo placar de 1 a 0 (gol fora de casa é critério de desempate). Novo 2 a 1, desta vez a favor do Lanús, leva a decisão para os pênaltis. Qualquer outra vitória dos argentinos por um gol de diferença favorece o time brasileiro.
Formação ofensiva
O Vasco começou a partida com uma formação mais ofensiva do que de hábito. De volante com características de marcação, apenas Romulo. Daí para a frente, só habilidade: Juninho, Felipe, Diego Souza e Eder Luis, com Alecsandro como homem de referência na área.
O Lanús, por sua vez, adotou uma postura comum a quem joga fora de casa: fechadinho, o time argentino esperou para sair na boa. Valeri, Regueiro e Pavone formaram o trio ofensivo, com o último sendo o único atacante de fato (os demais voltavam para marcar).
Empurrado pela torcida, o Vasco tentou criar chances nos minutos iniciais. Juninho, primeiro numa bola levantada que saiu rente ao travessão, depois com um chute colocado, que quase entrou no ângulo, assustou.
O Lanús, porém, foi o dono da primeira chance cristalina de gol. Aos 24, após bobeada da zaga vascaína, Valeri ficou cara a cara com Fernando Prass. O argentino bateu na saída do arqueiro cruz-maltino, que fez um milagre e salvou o Vasco.
O time da casa não demorou a se refazer do susto e abriu o placar logo depois, aos 25. Eder Luis cruzou da direita, e Alecsandro, que estava na mesma linha do último zagueiro na hora do lançamento, completou de coxa, no meio da área. Festa na Colina.
A obra de arte
O Vasco seguiu com maior volume de jogo. Embora o Lanús vez por outra assustasse, como em chute de Camoranesi, à direita de Prass, eram os cruz-maltinos que tinham mais a bola (60% ao fim do primeiro tempo). A maior presença em campo foi recompensada com o segundo gol. Aos 41, Diego Souza recebeu na meia-lua, deu um lençol em Braghieri e emendou para a rede. Um golaço. A comemoração do camisa 10 vascaíno foi em tom de desabafo. Com alguns palavrões, ele parecia pedir reconhecimento da torcida. De quebra, botou a camisa cobrindo parte da cabeça e ganhou um cartão amarelo.
Na volta para o segundo tempo, os dois times não fizeram substituições. A única mudança ocorrera pouco antes do fim da etapa inicial, quando Romulo, com um problema muscular, deu lugar a Eduardo Costa no time do Vasco.
Juiz dá pênalti para o Lanús, mas volta atrás
Logo no início do segundo tempo, o time da casa levou um susto. Regueiro penetrou pelo lado direito da área e foi derrubado por Fagner. O árbitro uruguaio Roberto Silvera marcou pênalti, mas voltou atrás porque o auxiliar assinalou um duvidoso impedimento do jogador do Lanús.
O Vasco então tratou de apertar o ritmo para tentar não oferecer novas oportunidades ao Lanús. Diego Souza, desta vez na base da trombada, por pouco não conseguiu marcar o terceiro gol, aos 5 minutos. Aos, 12, foi a vez de Juninho, batendo falta, quase marcar. A bola saiu a poucos centímetros do ângulo direito de Marchesín.
Lanús diminui, e Cristóvão vira vilão
O time argentino, porém, tratou de mostrar que não viajou a passeio ao Rio de Janeiro. Aos 17, Regueiro diminuiu a desvantagem. O camisa 10 recebeu um cruzamento de Valeri, no lado esquerdo da área (nas costas de Fagner), dominou e encheu o pé para fazer o primeiro do Lanús.
De imediato, o técnico Cristóvão Borges promoveu a primeira alteração no Vasco: Felipe deu lugar ao volante Fellipe Bastos. A torcida vascaína não poupou o treinador, chamando-o seguidamente de burro por quase dois minutos. No Lanús, ao mesmo tempo, Valeri deu lugar a Romero.
O jogo ficou franco, com as duas equipes buscando o gol. Após falha de Rodolfo, Romero ficou com a bola e serviu Regueiro na área. Por sorte do Vasco, o jogador do Lanús concluiu muito mal. Logo em seguida, foi a vez de Eder Luis ter a chance de marcar. O chute desviou na zaga e foi no cantinho de Marchesín, que fez uma defesa espetacular.
Fim de jogo tenso
Cristóvão mexeu outra vez no Vasco, aos 25: Diego Souza saiu para a entrada de Carlos Alberto. Logo na sequência, o Lanús também fez alteração: o centroavante Pavone deixou o campo e o também atacante Gutiérrez o substituiu.
O ritmo intenso que dava o tom da partida diminuiu um pouco. Regueiro teve nova chance para o Lanús, mas bateu por cima. Depois, Juninho, de falta, obrigou Marchesín a espalmar para o meio da área. A bola voltou na cabeça de Carlos Alberto, que testou por cima do gol.
O Vasco não jogou bem os minutos finais. Aos 41, Gutiérrez teve boa chance para empatar o jogo, mas bateu por cima do gol de Fernando Prass. Depois, aos 42, Velázquez bateu falta que o goleiro vascaíno rebateu de forma esquisita. Mas o time da Colina soube se segurar e garantiu a vitória pelo placar de 2 a 1.
Fonte: Globo Esporte
Blog do Banana