A presidenta Dilma Rousseff, em encontro ontem (13) com o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, pediu o acesso a eventuais arquivos da Alemanha que possam beneficiar os trabalhos de investigação da Comissão Nacional da Verdade.
Dilma e Gauck reuniram-se na capital paulista durante o 31º Encontro Empresarial Brasil-Alemanha, evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Bundesverband der Deutschen Industrie (BDI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que atraiu cerca de 2 mil empresários brasileiros e alemães.
Gauck demonstrou interesse em contribuir para as investigações brasileiras. “Eu fui, ao longo de muitos anos, responsável pelos arquivos da ditadura comunista. Era necessário preservar arquivos que diziam respeito a pessoas inocentes. Quando se trata de preservar o passado, eu sou perito”, disse Gauck. Ele coordenou a comissão alemã que controlou a dissolução da polícia secreta da Alemanha Oriental, após a reunificação.
O presidente alemão declarou que aprova a iniciativa brasileira de investigar os atos da ditadura. “Quero demonstrar o meu respeito pela presidenta por ter instalado a Comissão Nacional da Verdade. É preciso aproveitar a oportunidade de apurar a verdade e, se a comissão tiver o apoio necessário para acesso a todas as fontes, vai conseguir muito”, disse.
Outro assunto abordado por Dilma com Gauck foi a acolhida de 2 mil estudantes brasileiros na Alemanha pelo Programa Ciência sem Fronteiras. “É motivo de alegria da minha parte ver um programa do governo que proporciona a jovens a possibilidade de adquirir conhecimentos no exterior. A Alemanha tem pesquisa de ponta e temos uma tendência que tem se intensificado”, disse Gauck.
O presidente também elogiou a estabilização da economia brasileira, a pequena taxa de desemprego e as inovações promovidas pelo país. “Eu agradeci [à Dilma] pela sua coragem de combater a corrupção”, declarou.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel também falou durante um painel do encontro. Ele comentou sobre as relações comerciais com a Alemanha. O ministro destacou que o Brasil oferece segurança jurídica e proteção ao investidor estrangeiro. “Não há de se supor falta de segurança jurídica. Os empresários podem responder melhor sobre isso, eles estão aumentando os investimentos no Brasil”, declarou.
Pimentel também comparou a economia dos dois países e classificou-as como complementares. Enquanto a produção agrícola brasileira se destaca, não apenas por causa das condições climáticas do país, como também pela sua capacidade, a Alemanha tem a economia industrial de ponta, com tecnologia avançada. “Queremos isso para o Brasil”, disse.
De acordo com informações do governo alemão no documento Perfil da Alemanha, o presidente federal representa o país como chefe de Estado. Ele é eleito pela Assembléia Nacional, um órgão composto dos deputados federais e de um número igual de delegados eleitos pelas assembléias legislativas dos 16 estados federados. A chefia de governo é exercida na Alemanha pelo chanceler. (Agência Brasil)
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