O dólar avançou 0,62 por cento, a 3,3365 reais na venda, maior patamar desde 23 de junho (3,3391 reais). Na máxima, a moeda norte-americana foi a 3,3490 reais.
Foi a quinta alta em seis pregões, acumulando no intervalo valorização de 3,28 por cento. O dólar futuro avançava cerca de 0,80 por cento no final da tarde.
“Há ceticismo sobre se o texto será aprovado em 2018, há eleições. As negociações (políticas) vão continuar no recesso e seguem no foco, mas o mercado também começa a olhar possíveis rebaixamentos de ratings”, afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que a reforma da Previdência só será votada na Casa após o Carnaval, no dia 19 de fevereiro, e avaliou que a proposta terá entre 320 e 330 votos favoráveis quando for a plenário.
Logo em seguida, a agência de classificação de risco Moody’s divulgou nota afirmando que o adiamento era um fator negativo para o Brasil e que fortalecia “as preocupações sobre a capacidade do governo para cumprir o teto de gastos e endereçar efetivamente as tendências fiscais adversas que têm gerado uma persistente deterioração do perfil de crédito do país nos últimos anos”.
A reforma da Previdência é considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem e o governo vinha trabalhando intensamente para tentar colocá-la em votação na Câmara dos Deputados neste ano ainda.
O Banco Central vendeu o total de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a 7 bilhões de dólares do total de 9,638 bilhões de dólares que vencem no mês que vem.
“Se a alta do dólar ganhar corpo e ir a 3,35 reais, acredito que o BC pode tomar providências para controlar a volatilidade. Se ele não atuar, vejo espaço para a moeda norte-americana subir ainda mais”, disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado. (247)