Em encontro com o primeiro-ministro do Japão, do qual participaram outros ex-jogadores brasileiros que atuaram no país, o técnico da seleção brasileira, Dunga, falou sobre a convocação que fará no dia 19, a primeira após seu retorno ao cargo. Ele reafirmou que está observando de três a quatro jogadores por posição e que só irá montar o “quebra-cabeça” mais perto do dia da divulgação da lista. O encontro com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, foi num hotel de Brasília. Além de Dunga, participaram os jogadores Zico, que chegou a treinar a seleção japonesa, César Sampaio, Oscar (zagueiro da seleção brasileira de 1982), Alcino (que atuou no Flamengo) e Bismarck (ex-Vasco), entre outros.
Perguntado se haveria uma lista negra de jogadores que não convocaria de modo algum, o técnico negou:
– Não tem isso no futebol. E futebol é como a vida e o trabalho. É por competência. E não é escolher jogadores por aquilo que pensamos que ele pode jogar, mas pelo que estão jogando. Temos mania de fazer comentário daquilo que poderia a vir jogar, e não o que joga no momento.
Também questionado se já teria substitutos para o goleiro Júlio César e o centroavante Fred, atletas com mais idade no grupo que terminou em quarto lugar na Copa do Mundo no Brasil, Dunga rebateu:
– Quem falou que eles não estarão?!
Em seguida, explicou:
– Estamos pesquisando em todos os setores. Tem a Copa América ano que vem, que será difícil. E temos que observar jogadores até o final do ano. Quem não foi convocado e que poderia ter sido, observar outros que estiveram na Copa e confirmar como estão. O critério é competência e não amizade, ou se é bonito ou se tem marketing.
O técnico repetiu que poderá aproveitar a base do Mundial disputado em casa:
– Não se pode mudar tudo porque perdeu. Não é porque perdeu que é terra arrasada. Na seleção (que jogou a Copa) tem jogadores de grande qualidade. A crítica veio porque o resultado não foi o esperado – argumentou.
Dunga reclamcou do hábito no Brasil de se criticar jogador mais velho:
– Essa discussão se tem jogadores velhos ou novos, se jogam no Brasil ou se são de fora (em clubes do exterior)… Uma escalação não depende de o jogador ser novo ou de mais idade. Falou-se que as equipes vieram renovadas para a Copa. Olha a Holanda, pega os três jogadores da frente (com os veteranos Robin e Sjneider). Pega o Klose, da Alemanha. Fala-se bem do Klose no Brasil, mas ao mesmo tempo que se fala que jogador (da seleção brasileira) não pode ter idade. Nada é definitivo. Depende do momento e da situação – explicou o treinador.
DIFICULDADE NAS ELIMINATÓRIAS
Mais uma vez, Dunga reconheceu que as eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018, serão uma das mais duras para o Brasil. O treinador elogiou os concorrentes sul-americanos e disse que hoje não apenas Brasil e Argentina “exportam” jogadores para a Europa. Outros países, como Equador, Chile e Colômbia, segundo o técnico, evoluíram muito.
– A Copa mostrou que os sul-americanos cresceram muito. Diferente do que pensávamos há 10 ou 15 anos. E nem só Colômbia, Argentina, Equador ou Chile (que estiveram no Mundial). Mesmo o Paraguai, que ficou fora da Copa, tem grandes jogadores na Europa. Há alguns anos só jogadores da Argentina e do Brasil iam jogar lá. Hoje, não. Cada vez mais se torna mais difícil uma vaga na Copa do Mundo – afirmou.
Ele completou:
– Pelo desenvolvimento do futebol e pela competência que tiveram na Copa (os outros sul-americanos), teremos que nos preparar à altura para poder nos classificar.
No evento em Brasília, o primeiro-ministro do Japão elogiou e agradeceu aos jogadores brasileiros que atuaram no país.
– O futebol japonês cresceu nos últimos 20 anos, graças ao apoio do Brasil, mestre do futebol japonês – disse Abe, que ganhou uma bola autografada dos ex-jogadores e trocou passes com Zico. (O Globo)
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