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As pequenas e as médias indústrias ficaram economicamente insatisfeitas no primeiro trimestre de 2023. É o que revela a pesquisa inédita ‘Panorama da Pequena e Média Indústria de Pernambuco’, feita pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em março, o indicador dessa sondagem fechou com 47,5 pontos – ficando abaixo dos 50 pontos e revelando um descontentamento por parte dessa fatia de empresas.
Na análise do economista da FIEPE, Cézar Andrade, o interessante dessa pesquisa é mostrar, de forma estratificada, como está a confiança por parte desses negócios. “A FIEPE mede, mensalmente, a confiança das empresas de modo geral e tem percebido que há certo otimismo pairando os negócios locais. No entanto, não é o que sente essa parcela de empresas”, explicou.
Para Andrade, o que, normalmente, tem puxado a confiança na pesquisa do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para cima é o sentimento das grandes empresas – que representa apenas 10% dos negócios locais. “Já esse Panorama retrata como está a maioria das indústrias pernambucanas, já que 90% delas são pequenas e médias, e, pelo que vimos, não está bem”, disse, destacando também que vêm delas a maior geração de empregos no Estado.
É exatamente esse cenário que a pesquisa retrata. Conforme os dados, o Índice Geral da Situação Financeira apontou que os empresários não estão satisfeitos com suas condições financeiras. No primeiro trimestre deste ano, o indicador apontou um resultado de 47,7 pontos.
Nesse quesito, as pequenas indústrias obtiveram um resultado melhor, com 50 pontos, ficando no cenário neutro. Já as médias indústrias, tiveram um desempenho ruim, pois o indicador apontou 41,7 pontos – indicando que foram as indústrias de médio porte que puxaram o resultado do trimestre para baixo.
Dentre as maiores dificuldades enfrentadas pelas indústrias de pequeno porte no período, a elevada carga tributária foi a mais citada pelos empresários, sendo queixa de 50% dos entrevistados.
Em seguida, com 30% das reclamações, apareceu a falta de financiamento de longo prazo, que, em relação ao quarto trimestre de 2022, teve suas queixas aumentadas em 10,0 pontos.
Com relação às indústrias de médio porte, as maiores dificuldades enfrentas foram competição desleal e insegurança jurídica, ambas com 41,67% das queixas apresentadas. Burocracia excessiva aparece como a terceira queixa mais citada; e a falta ou o alto custo da matéria-prima aparece como o quarto maior problema enfrentado pelos empresários das médias indústrias.
Já o Índice de Expectativas, que indica como o empresário da indústria enxerga como as condições da sua empresa estarão nos próximos seis meses, o índice no mês de abril ficou em 45,7 pontos, indicando que os empresários não estão confiantes com a conjuntura nos próximos meses.
METODOLOGIA – O Panorama da Pequena e Média Indústria de Pernambuco terá periodicidade trimestral e trará informações sobre as indústrias de pequeno e médio portes do estado de Pernambuco, com índices consolidados e separados por portes. O estudo abordará quatro varáveis, são elas: índice de desempenho, situação financeira, índice de expectativas e confiança da pequena e média empresa. Como método, são utilizados índices de difusão que variam de 0 a 100, sendo 50 pontos o cenário neutro que divide o otimismo do pessimismo.
Sistema FIEPE – Mantido pelo setor industrial, atua no desenvolvimento de soluções para trazer ainda mais competitividade ao segmento. Além da FIEPE – que realiza a defesa de interesse do setor produtivo – conta ainda com o SESI, o SENAI e o IEL. Pelo SESI-PE, são oferecidos serviços de saúde e educação básica para os industriários, familiares e comunidade geral. O SENAI-PE, além de formação profissional, atua em metrologia e ensaios, consultorias e inovação. O IEL-PE foca na carreira profissional dos trabalhadores, desde a seleção de estagiários e profissionais, até a capacitação deles realizada pela sua Escola de Negócios.