Vereadores da comissão parlamentar que visitou há cerca de 10 dias o município de Brumadinho em Minas Gerais, onde dia 25 de janeiro houve o rompimento de umas das barragens da Vale do Rio Doce que teve como resultado da tragédia, uma das maiores do país, mais de 200 vítimas e consequências ambientais ainda a se apurar, como o risco de contaminação do Rio São Francisco.
Foi justamente esse o motivo que o legislativo petrolinense se fez a primeira câmara a querer ver de perto os riscos que essa contaminação possa atingir o nosso Velho Chico, devido à contaminação do Rio Paraopeba, um dos afluentes do São Francisco.
Atendendo requerimento do vereador Gabriel Menezes, PSL, o presidente da Casa, vereador Osósio Siqueira, PSB, indicou os vereadores Ronaldo Souza, PTB e Cristina Costa, PT, para essa missão. No relatório apresentando nesta terça-feira, 2, para vários convidados como representantes de universidades, da Embrapa, da Codevasf, Compesa, movimentos sociais e ambientalistas, o vereador Ronaldo Sousa acredita que ir até o local da tragédia de Brumadinho, só ressalta a importância de dobrarmos a atenção com suas consequências e isso foi mostrado de todas as formas na apresentação do relatório final da visita à Brumadinho.
“Iniciamos pela barragem de Três Marias que está a 112 Km do rio. Posso afirmar que ainda isso não existe. Tem a questão do metal, mas o que estamos alertando é que nós não podemos ser vítimas de Minas Gerais, da irresponsabilidade dos seus governos”, assinalou.
Para a colega de parlamento de Ronaldo, a vereadora Cristina Costa, o que tem que ficar claro é que todos devem se unir nessa proteção ao Rio São Francisco. Cristina fez o relato do roteiro da viagem, frisou que o custo da viagem foi de R$ 7.200,00. Na versão da vereadora, a Vale do Rio Doce tem total domínio dentro do estado.
“Até o Ministério Público revelou o comprometimento que existe das esferas de poder com a Vale e isso dificulta muitas coisas. A Vale não tem compromisso com a qualidade da água do rio. A prioridade é atender famílias e as consequências para a região. Fizemos nosso papel de colocar a importância do rio para todos nós”, apontou Cristina.
Também foi citado que uma empresa foi contratada para monitorar a qualidade do rio São Francisco com representação em Petrolina. “Peço ao gerente aqui João Raphael acompanhar esse trabalho pela Compesa”, disse Cristina Costa. Os rejeitos podem chegar ao rio, porque as cidades do entorno da barragem e as cidades estão em busca apenas das indenizações.
“Precisamos provocar também os governos do Nordeste dos estados banhados pelo Rio e exigir da Vale que evitem que esses rejeitos se espalhem. O Ministério Público pode solicitar também essa medida”, pontuou a vereadora.
Ainda virá o relatório da análise da água trazida pela comissão e que vem sendo feita pela Embrapa. “Deixamos claro que nossa preocupação não é com indenizações e sim com a proteção ao rio que provoca toda a riqueza e existência de nossa região”, concluiu Cristina. (Foto: Jean Brito/com Portal da Câmara)