A menor distância entre dois pontos é uma reta
Vou comparar sua história com a minha em linha certa
Tu és poliglota
Versátil
Talentoso
Roteirista
Dramaturgo
Escritor
Quanto a mim, até hoje não sei quem de fato sou…
A diferença entre mim e ti é que você no campo da profissão já se encontrou.
Quanto a mim, vivo perambulando, a idade chegando, a bengala se aproximando e não sei que caminho eu vou.
É bom assisti-lo
Ri com seu humor
Em diferente estilo
Dando seu show
Tu és divertido
Não tens cara de bobo
É uma tamanha alegria
Vê-lo na tela da Rede Globo
Quando abres a boca e conta piada
A platéia vai à loucura com tanta risada
Tu falas Inglês
Francês
Alemão
Italiano
Espanhol
Comparando novamente entre mim e ti, levo a pior, sempre estou em mau lençol.
A diferença entre mim e ti é uma coisa gritante
Porém, só aceito porque é um moço brilhante.
Quanto a mim mau falo o meu português
Sempre assassino a gramática
Quebra as regras
Mudo a ortografia
A concordância
A regência
A coesão e a coerência
Crio meu próprio dicionário
E nesse novo verbionário
A conjuntura disso tudo
Esse que vos fala
É o retrato de um homem rude
Sem cultura
Sem escola
Sofre tanto que chora
E agora me diga com a sua versatilidade o que é que faço agora?
Quando nasceste teus pais olharam nos seus olhinhos e semblante,
Gritaram emocionante, esse tem cara de gênio! Então disseram: Vamos chamá-lo de José Eugênio.
Tu és também humorista
Apresentador
Artista plástico
Músico
Ator
Mais uma vez a semelhança entre mim e ti é uma distância de horror.
Teu sonho de criança era ser um diplomata, já o meu era algo pequeno, dominar a tal da matemática.
Pelo menos lá no fundo do túnel encontrei entre nós um ponto em comum, uma intersecção, isso me alegrou muito o coração.
Tu és filho de um empresário paraibano, e eu de um roceiro mirandibano.
Nas suas veias se fizeres um exame de DNA constatarás o sangue puro de nordestino, depois de tanta desilusão, eis ai a nossa semelhança acho que foi obra do destino.
Até agora não sei quem realmente sou…
Quanto a você há muito tempo o conheço quando fazia o programa VIVA O GORDO seu JÔ.
Lá na barriga da minha mãe eu já fazia maluquice, cá pra gente, isso aqui é conhecido por matutice.
Quando ela sentia a dor dizia: Esse deve ser menino, pois com essa valentia toda, feroz e traquino, dando chute todo a tempo, deve ser garoto marrento, cabra da peste nordestino Pernambucano, tal como Orlando Soares, pai de Jô Soares, empresário paraibano.
E pra encurtar essa conversa e sei que é um sujeito cheio de pressa, vou dizer mais uma coisinha: Quando a pessoa é sorteada para ir ao teu programa, mesmo desempregada compra uma roupa bonita, já se sente também artista e diz: vou e volto cheio de grana.
A garota desengonçada, feiosa e esquisita, dá em si mesma um banho de loja e com uma saia rodada cor de rosa, lábios de batom vermelho olha no espelho e exclama: Oxente, como estou bonita!
Já o rapaz também não fica atrás, vai rapidamente ao dentista cheio de sonho de ser um grande artista, faz extração, obturação, banho de flúor e coloração no dente, pra quando a câmara filmar, ele bem alto gritar com aquele sorrisão, minha gente estou na televisão já me sinto um ator, aqui é a minha estréia no genial programa do Jô!
Uma pequena homenagem ao Jô Soares, um dos homens mais inteligentes e cultos do nosso país. Para dar mais realce e dramaticidade no texto escrito, utilizei o processo da rima e um pouco do nosso estilo nordestino, afim de que você possa se diverti e ri com o seu riso.
Antonio Damião Oliveira da Silva (damis.oliver@hotmail.com)
Guarda Municipal de Petrolina-PE
Professor de Matemática
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