Espaço do Leitor: A surra do jumentinho orgulhoso e a Câmara de Vereadores

Por Ricardo Banana
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Sem títuloEra uma vez um jumentinho que nasceu e viveu em Jerusalém há mais de dois mil anos. Naquela época os jumentos e os cavalos eram tão valiosos como os automóveis são hoje.

Os jumentos ainda eram mais valiosos que os cavalos, por que ,assim como os automóveis compactos são mais adequados para trafegar nas grandes cidades,eles se saiam muito melhor que os cavalos nos caminhos íngremes da região montanhosa de Jerusalém. Os jumentos se achavam superiores a todos os outros animais ,por que somente um deles em toda história foi capaz de falar.Quem não conhece a história de Balaão que foi repreendido por um jumento ?

Pois bem, esse jumentinho nunca tinha sido montado por ninguém, e se alimentava de seus devaneios de glórias e vaidade. Certo dia alguém veio buscá-lo e disseram que um mestre precisava dele e assim foi o jumentinho levado para encontrar com o grande mestre.

Era domingo de páscoa, a cidade estava lotada. Ele entrou na cidade pela porta principal e viu uma grande multidão em delírio.

Todos lançavam as roupas ao chão para ele passar e a alegria era contagiante. O jumentinho garboso passava sobre as roupas lançadas no trajeto que ele fazia. O jumentinho se sentiu nas nuvens, ouvindo as palmas, os gritos e as canções que envolviam aquele momento.

O jumentinho ficou extasiado.

Dias se passaram e ele voltou pro seu lugar de outrora. Passado uma semana o mestre não veio mais. E o jumentinho só pensava na sua segunda entrada na cidade. E queria que seus amigos vissem seu triunfo e glória. O jumentinho decidiu convidar vários amigos e entrar novamente na cidade. Indo a caminho de Jerusalém o jumentinho convida a quem encontrasse e não se importava.

Ao se aproximar da cidade um dos jumentos ainda tentou adverti-lo dizendo que não entrasse pela porta principal. Ele não deu bola.

Muito orgulhoso, foi empurrando as pessoas. Era como dissesse: “Sou eu, lembram? Abram caminho e comecem a gritar Hosanas!” Ele tinha pensado que a glória que recebera da outra vez que entrara na cidade, era para ele e não para o mestre.

Tomou uma surra de lascar. Até hoje tem o lombo marcado. Por isso, cada vez que conquistamos vitórias neste mundo, devemos lembrar-nos da história do jumentinho orgulhoso e nunca esquecer a quem pertence à glória.

Assim acontece na nossa cidade. Homens que foram eleitos com o voto do povo que falavam a linguagem do povo, que tratavam o povo com dignidade (em época eleitoral) e que de tudo faziam pelo povo.

Foram eleitos e agora se ufanam, pensam que mandam em tudo,são grosseiros e por qualquer migalha se armam,colocam suas garras pra fora como leões prontos pra matar. Acham-se paladinos (defensores ardorosos) da verdade.

Isso não se atribui a todos. Ainda existem os coesos, os que pensam e que não vão na onda do jumentinho orgulhoso.

Pensávamos que teríamos uma legislatura madura, altiva e que produziria coisas boas pra nossa cidade. Nos enganamos. O que vemos são alguns vereadores jogando pra platéia, desprezando a imprensa, fazendo articulações pra provar que são melhores que outros, achando que isso é muito bonito e que o povo gosta.

Querem entrar pela porta principal e buscam aplausos e ainda querem que nos rebaixemos pra sua suposta grandeza. Se esquecem que a verdadeira “excelência” é o povo. Quando se maltrata o povo, é como matar a galinha dos ovos de ouro, sim, por que o povo é quem tira e quem coloca qualquer cidadão pra ser seu representante.

Assim como o Jumentinho orgulhoso, muitos saem chamando pela rua quem queira comprar sua idéia, e pra nossa surpresa, esses tais conseguem arregimentar muita gente. Espero que no meio dessa turba arregimentada tenha um de cabeça boa que o convença a voltar pro seu juízo, por que se não vai acabar tomando uma surra como o jumentinho tomou. E a surra quem vai dar é o povo, o esquecendo-o e deixando-o a ver navios. A glória pertence a quem te colocou onde você está.

Cauby Fernandes- Estudante Universitário

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