Sabendo-se que uma sociedade considerada “desenvolvida” é aquela onde a sua população vive em situações dignas, com respeito às suas culturas e valorização do seu povo, não se compreende casos de verdadeiro abandono e descaso em algumas comunidades.
Em pleno século XXI, não se concebe mais a ideia de pessoas vivendo em situações sub-humanas em localidades tão próximas a sua sede. Infelizmente para se comprovar o contrario não há necessidade de ir tão longe. Próximo a BR 428, andando alguns quilômetros de estrada de chão, encontram-se algumas famílias em povoados “esquecidos” pelos órgãos governamentais, entregues apenas, à “bondade de Deus” e a todo tipo de sortilégio. Com o período de estiagem, o sofrimento aumenta; sem água, sem irrigação e sem assistência. Crianças passam muito tempo carregando água ao lado de seus familiares, chegam na escola, cansados e não conseguem desempenhar bem as suas atividades. O que falta a essa gente? Falta-lhes apenas apoio e responsabilidade de alguns para que possam desenvolver-se, ou melhor, para que melhor possam sobreviver. Alguns possuem os canos mas faltam-lhes a água, outros sobrevivem de alguns barreiros/carros pipas. Casas de taipas são as únicas moradias que se vêem nessas comunidades, banheiros sanitários distantes, confeccionados com todo tipo de material. Isso é desenvolvimento? Será que o viver dignamente não existe para todos? Por que tantos com pouco, poucos com muito e alguns sem nada?
Resta-nos analisar e esperar que um dia, as condições de vida sejam desfrutadas igualmente por toda a população, independentemente de ser urbano/rural, sede/interior, afinal como alguém afirmou sabiamente: “ser do interior, não significa ser inferior”.
Clarice Cavalcante
Graduação em História – Pós-graduada em Gestão e Planejamento Escolar (UPE),
Estudante de Direito (FACAPE).
Blog do Banana