Caro leitor. Na FACAPE, presencia-se a cada eleição para Diretores uma situação injustificável de sub-representação dos segmentos, através da proporcionalidade de 50% para os professores, 40% para os estudantes, e apenas 10% para os Técnico-administrativos. Se considerarmos que nossa comunidade acadêmica é composta por 3.500 estudantes, 137 professores, e 56 técnico-administrativos, deparamo-nos com uma disparidade manifesta.
Essa sobrevalorização da decisão dos professores no voto, em relação aos demais segmentos é reflexo de um preconceito arcaico – típico de uma Faculdade construída sobre hierarquias. A defesa da atual configuração 50/40/10 se baseia em argumentos semelhantes aos utilizados pelas elites tradicionais contra o sufrágio universal, visto então como uma ilegítima intromissão do povo nas questões políticas.
Essa configuração igualitária de força representativa, em que a disputa se dá voto a voto dentro de cada segmento, é adotada pela maioria das Instituições de Ensino Superior do Brasil, a exemplo da UPE, UNB, UFBA, UFRJ, UFPB, UFAL, UFPE, UNIVASF, como mecanismo indispensável ao avanço de um modelo de gestão democrática e participativa nas universidades.
Não só nas Universidades, mas também, os Institutos Federais de Educação Tecnológica. Desde 29 de dezembro2008 que o ex- Presidente Lula já havia sancionado a Lei nº 11.892, elaborada pelo MEC e aprovada no Congresso Nacional e Publicada no Diário Oficial da União em 30/12/2008
Já é hora de relegarmos ao passado esse autoritarismo, corrigirmos essa injustiça e avançarmos no processo de democratização na eleição da FACAPE, reconhecendo as diferenças de cada um dos três segmentos, mas não utilizando-as como base para o argumento conservador e tecnocrático que respalda a divisão 50/40/10. Devemos reconhecer as particularidades de cada segmento e, a partir delas, reforçar nossa consciência democrática e exigir seu direito o de representação.
A ADAF – Associação dos Servidores da FACAPE, e o DCE – Diretório Central dos Estudantes expressa apoio à proporção paritária na representação de Professores, Estudantes e Técnico- administrativos, nas eleições da nossa instituição, pois eleições proporcionais são antidemocráticas e secundarizam a participação de técnicos e estudantes.
Assim, defendemos que cada segmento da FACAPE desfrute de 33% de participação de acordo com o total de votantes. Esse avanço de democratização é seguido por várias Instituições no Brasil e estamos convictos que a adoção da paridade reforça uma eleição mais justa e participativa.
Convidamos a todos os estudantes, professores e Técnicos Administrativos que são a favor da democracia, a refletir sobre essa situação e assumir como sua essa causa, para que enfim, possamos dizer juntos: pela democracia da FACAPE;
É paridade 33% já!”
*Prof. Celso Franca
*É Sociólogo, e professor da Facape.
Blog do Banana