Municípios pernambucanos, situados no Semiárido Nordestino, apresentam realidades sociais muito distantes, como demonstrado na última edição do IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal – 2015 (ano base 2013). O estudo é elaborado pela FIRJAN e acompanha anualmente o desenvolvimento socioeconômico de todos os municípios brasileiros em três áreas: Emprego & renda, Educação e Saúde.
Enquanto a cidade de Afrânio figura dentre os últimos colocados no ranking do IFDM de Pernambuco, com a 179ª posição de 185 municípios do Estado, já Dormentes, está entre os cem melhores com resultados significativos, especialmente em Educação, com um indicador considerado em desenvolvimento moderado de 0,7627 e neste quesito, Afrânio se encontra na zona de desenvolvimento regular com 0,5943. Na Saúde, enquanto Afrânio apresenta um indicador de 0,4433, Dormentes tem 0,5316 e no Emprego & Renda Dormentes está muito a frente com 0,4969 e Afrânio apenas 0,3932.
Outro Indicador que chamam a atenção é a renda, pois segundo o IBGE (2013), Dormentes com uma renda per capita de R$ 8.237,44, é superior em quase 24% sobre a per capita de Afrânio que é de R$ 6.649,65 e o IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de Dormentes está acima da média de Pernambuco e do Brasil, nas avaliações do aprendizado dos anos iniciais e finais. O IDEB dos anos iniciais está dentre os melhores do estado e do País com 6,4.
Como duas cidades tão próximas e dentro de um mesmo contexto cultural e socioeconômico podem apresentar tamanha disparidade em termos de resultados sociais? Que políticas equivocadas construíram esse abismo entre dois municípios que são tão próximos geograficamente? Quem são os atores responsáveis por tamanhos erros históricos? São reflexões necessárias a serem consideradas na história recentes das duas cidades pernambucanas, cravadas no coração do sertão.
Rafael Cavalcante
Advogado
Blog do Banana