Valério Rodrigues Coelho é conhecido como o Patriarca do Sertão. Nasceu em 3 de setembro de 1913, portanto há 300 anos, na freguesia de São Salvador do Poço Souza, hoje distrito de Porto, Portugal. O patriarca faleceu aos 70 anos em 1783. Para celebrar o tricentenário de Valério Coelho, foi organizado um encontro no último domingo, dia 1 de setembro, em Paulistana/PI, cidade-mãe e tronco da grandiosa família.
Em 1740, o Patriarca do Sertão fez amizade com a família Garcia D’ávila, quando adquiriu muitas terras, indo da hoje Oeiras/PI, passando por Arcoverde/PE até os rincões da Bahia, hoje Senhor do Bonfim. Valério Coelho se casou com Domiciana Vieira de Carvalho, natural de Paulistana/PI, de família do ramo de comércio e de pais fazendeiros.
O casal destacou-se como colonizador e desbravador, com reconhecimento nacional. Foram 16 filhos, sendo 8 homens. Como a ordem era casar com primos, houve a mistura da família e muitos descendentes não tem o sobrenome do patriarca. Os restos mortais do Patriarca do Sertão estão enterrados na cidade piauiense onde ocorreu a homenagem dos seus 300 anos de nascimento, na Igreja de Nossa Senhora dos Humildes que foi construída pelo casal desbravador.
O professor e poeta cordelista, Paulo Robério, casado com uma descendente de Valério Rodrigues Coelho, participou das homenagens em Paulistana e aproveitou para recitar um cordel preparado especialmente para a data.
Cordel: Valério Coelho Rodrigues – Patriarca do Sertão, que escrevi para o I ENCONTRO NACIONAL DOS DESCENDENTES DE VALÉRIO COELHO RODRIGUES, ocorrido em 01/09/2013, na cidade de Paulistana-PI, berço da numerosa família do desbravador capitão.
I ENCONTRO NACIONAL DOS DESCENDENTES DE VALÉRIO COELHO RODRIGUES
Cordel: Valério Rodrigues Coelho, “Patriarca do Sertão”
Autor: Paulo Robério Rafael Marques
Caro amigo leitor
Dê-me um pouco de atenção
Que vou narrar nos meus versos
A vida do Capitão
Valério Coelho Rodrigues
“Patriarca do Sertão”
Sou poeta popular
Meu nome é Paulo Robério
Vou através do Cordel
Tratar dum assunto sério
Da história da família
Do Patriarca Valério
Valério Coelho Rodrigues
Lá da terra lusitana
Casou-se aqui no Brasil
Com Dona Domiciana
Desembarcou na Bahia
Depois fundou Paulistana
Nasceu em São Salvador
Que é Distrito do Porto
Em Paulistana viveu
Com riqueza e com conforto
Na Matriz dessa cidade
“Reside” o corpo do morto.
Ao sair de Portugal
Trouxe em sua companhia
A irmã Ana Rodrigues
Que aqui se casaria
E uma prole distinta
Essa mulher geraria.
Era amigo de Garcia
D’ávila, um rico senhor
Filho de Tomé de Souza
Primeiro governador
Da Casa da Torre foi
Garcia o fundador.
Manoel Coelho Rodrigues
Dando continuação
Tem também José Florêncio
Na minha enumeração
Ainda falta Maria
E Águida na geração.
Cada filho do casal
Uma fazenda herdou
Teobaldo era padre
Por isso que não casou
Viveu no Rio de Janeiro
Descendência não deixou.
Além dele, Dionísia
Não teve um filho somente
Se foi casada não sei
Não encontrei descendente
Talvez não haja registro
Do fruto dessa semente.
Se casar com um parente
Era a lei que vigorava
Primo com prima se unia
Nova família formava
E era dessa maneira
Que o nome “Coelho” aumentava.
Cada vez mais se espalhava
Os “filhos” do Capitão
Por sítios e fazendolas
No mais distante rincão
Se encontrava um descendente
Dessa sua geração.
As famílias do Sertão
Descendem desse casal
Classe baixa, ou classe alta
Na zona urbana ou rural
Corre nas veias do povo
Sangue azul de Portugal.
Muita gente valorosa
De posição e renome
Foi surgindo em todo canto
Espalhando o sobrenome
Hoje em dia tá dum jeito
Que não há ninguém que some.
É o “Pai da Irrigação”
Que alavanca Petrolina
Osvaldo Coelho também
Com ele muito se afina
Nilo foi um senador
E “doutor da medicina”
Outro lá de Petrolina
De elevada posição
Fernando Bezerra Coelho
Da oitava geração
Um ministro de destaque
Na pasta da Integração.
Dessa mesma região
De Rajada natural
Um descendente dos Gomes
E Souza de outro ramal
Odacy Amorim Souza
Deputado estadual.
Tem gente do Capitão
Vivendo no estrangeiro
Pessoas de muita fama
Conhecimento e dinheiro
Como tem gente sofrida:
Agricultor e vaqueiro
Por esse Brasil inteiro
Tem Coelho, tem Damasceno
Souza, Martins, Cavalcanti,
Tem Costa em todo terreno
Rodrigues, Macedo, Gomes
Tem branco, preto e moreno.
Agricultor, fazendeiro
Coronel e capitão
Prefeito e vereador
Uns ricos e outros não
Aonde quer que se vá
Tem gente do Capitão.
É muito grande a família
Que hoje se vê de perto
Nesse Encontro Nacional
Abraço o povo e aperto
Isso se deve a ideia
Do Coronel Carmoberto.
Dele o Capitão Valério
Comprou uma imensidão
De terras para o cultivo
E também pra criação
De Oeiras a Rio Branco
Foi dono desse sertão.
Quando João Pereira Caldas
Dos jesuítas tomou
As fazendas que os Mafrense
A esses padres doou
Valério Coelho Rodrigues
Todas as terras comprou.
O casal desbravador
Valério e Domiciana
Construiu o seu império
A partir duma choupana
E batizou a fazenda
Por nome de Paulistana.
Valério foi influente
Naquela época passada
Era do “Ciclo do Couro”
Na história registrada
Tinha mais de mil tropeiros
E numerosa boiada.
Um grande visionário
Corajoso investidor
Um negociante nato
Também empreendedor
Qualidades que num homem
Tem destacado valor
Os anos foram passando
Os negócios prosperaram
Gado espalhado nos campos
Logo se multiplicaram
Os filhos aparecendo
E dezesseis se somaram.
Valério Filho e Lourenço
José, Teobaldo e Ana
Josefa, Tereza, Inácio
Gertrudes, Domiciana
Estevão e Dionísia
Da raça valeriana,
Manuel Souza Martins
Foi Brigadeiro e Barão
Visconde de Parnaíba
Fidalgo com distinção
Presidente da Província
Desse Estado da Nação.
Padre Marcos, o vigário
Wilson, governador
Antonio Rodrigues Coelho
Um jurista e professor
Do nosso Código Civil
Foi também o redator.
Carlos Francisco Araújo
Foi jurista renomado
No Tribunal de Justiça
Tem seu nome registrado
Por relevantes serviços
Ao seu Estado prestado.
Doutor Isaías Coelho
Que honrou a medicina
Nasceu em Simplício Mendes
Faleceu em Teresina
O seu nome está num Posto
De Saúde em Petrolina.
De Matões, no Piauí
Euripedes de Aguiar
Governador do Estado
Doutor de anel no anular
Foi poeta e jornalista
Um literato exemplar.
Tem José de Ribamar
Que eu ainda não falei
Já foi nosso Presidente
Eu agora me lembrei
É que ele trocou de nome
E virou José Sarney.
Outro que eu não citei
Mas preciso registrar
É Nilo de Souza Coelho
Petrolina é seu lugar
Governou o Pernambuco
Faz a gente se orgulhar.
Radicado em Brasília
Carmoberto matutou
Pegou caneta e papel
Traçou metas e buscou
Apoio de outros setores
Tudo se concretizou.
Com Marcos ele contou
Com Cosme e Manoelito
E o prefeito da cidade
Deu apoio irrestrito
Parabéns a Paulistana
Por evento tão bonito!
Em São José do Egito
Eu nasci e me criei
Não descendo dessa árvore
Mas nela me encostei
E com Luzia Coelho
Dois descendentes gerei.
Me despeço agradecendo
Ao povo de Paulistana
Gente ordeira e bacana
Que está nos recebendo
Aos que estão promovendo
Essa comemoração
Se eu vier noutra edição
Espero que me abrigues
Valério Rodrigues Coelho
Patriarca do Sertão
Paulistana, 1º de setembro de 2013.
Blog do Banana
5 comentários
Estudando a árvore genealógica de minha família, descobrir que sou sexto neto de Valério Coelho. A Dionísia Rodrigues de Santana casou-se com José da Costa Mauriz, daí o meu sobrenome Mauriz, oriundo do meu quinto avô. Meu pai, Orlando Clímaco Mauriz, casado com Cristina Madeira Mauriz, é o quinto neto de Valério e NÃO consta do livro: Família Coelho Rodrigues, passado e presente, de Abimael Clementino Ferreira de Carvalho.
Assim, gostaria de saber se o livro do Abimael vai ser reeditado e como posso fazer para incluir o nome dos meus antepassados. Já fiz o levantamento até o oitavo neto de Valério Coelho, oriundos do matrimônio de Dionísia e José da Costa Mauriz.
Moro em Brasília, fone (61) 8421-0778 (Tim).
Grato
Francisco Madeira Mauriz
Tenho certeza que os descendentes de Valério rodrigues coelho ficaram muito orgulhosos por estarem celebrando o tricentenário de valério,homem que deixou descendenes por todo lado.Achei muito legal.
Parabenizo o Prof. Paulo Robério pela obra prima de Cordel sobre Valério Coelho – o Patriarca do Sertão, declamada por ocasião das comemorações do seu tricentenário celebrado em Paulistana, no Encontro Nacional dos Descendentes de Valério Coelho. Muito legal.
Muito me orgulha ser descendente de Valerio Coelho Rodrigues, pois sou a Oitava geração dele, minha Tre-tra avo (Tereza Vieira de Carvalho) mais conhecida como Tereza do Jardim (Jardim é em Afranio) era Bisneta de Valerio.
Minha avo contava que na casa de Tereza, tinha como comodo da casa que a porta não ficava aberta (tinha um defeito) o objeto que encontraram mais facil para manter a porta aberta foi um requeijão para escorar.
Tereza era casada com Francisco Manoel, e ficou viuva, e foi pedida em casamento por um senhor, a resposta foi que: tinha ficado sem o marido mas não tin ha ficado sem o Juizo.
Um Abraço aos descendentes de Valerio Coelho
ricardo de 1913 para 2013 só dá 100 anos cadê os outros 200.
o gato comeu?