Fãs visitam Parque Aza Branca, em Exu, para ver relíquias de Gonzagão

Por Ricardo Banana
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Luiz Gonzaga era um viajante nato. Sua casa preferida era o carro que o levava pelas estradas até as praças, parques, circos e qualquer lugar com gente afim de escutar o seu forró. Quando a saudade da terra natal, Exu, no Sertão Pernambucano, batia forte, Gonzagão se refugiava na casa grande do Parque Aza Grande, reduto que construiu em uma fazenda comprada ainda na década de 1970. Muitos turistas visitaram, na tarde deste sábado (15), o local. Gente fã mesmo, que tem até uma imagem do Rei do Baião tatuado no corpo.

O bancário Thiago Ferraz, de 23 anos, tatuou há cinco meses, em Petrolândia, também no Sertão do estado, onde mora, um desenho de Gonzagão. “Tem tudo que representa ele e o Nordeste, uma sanfona, o gibão, o chapéu de couro, a asa branca. Quis fazer essa homenagem no centenário dele porque sou fã dele desde criança”, contou.

Foi a primeira tatuagem do jovem. A decisão não foi muito bem recebida pelo pai, que, segundo ele, é meio careta. A pintura demorou uma hora e meia. “Doeu muito, principalmente na hora de fazer a sanfona. Só me lembrei daquela música que diz “chora sanfoninha, chora, chora…”, porque eu chorei junto”, brincou. Apesar do sofrimento, Thiago diz que está valendo a pena. “Todo mundo está gostando agora. Lá em Petrolândia, o povo está todo ‘abaianado’, ouvindo pagode, fiz isso para reforçar ainda mais minha identidade cultural”, explicou.

É essa conexão com Gonzaga que muitos nordestinos têm, ressaltando o homem que exaltou as belezas e revelou as tristezas da região. O Parque Aza Branca guarda as casas que Lua e Januário, pai dele, moraram. Ainda tem um museu com o acervo do artista. Pés de acácia e juazeiro, que inspiraram as músicas. Tendas vendendo chapéu, sandálias e bolsas de couro. Tudo um pouquinho mais caro que o normal. É que o comércio aproveita a boa movimentação.

A operadora de caixa Damiana Sales e a irmã Margarida Reinaldo são de Exu, mas moram há 20 anos na Bahia. Já visitaram o Parque Aza Branca diversas vezes, mas, neste sábado, conheceram uma novidade: a Veraneio modelo 1976, que foi usada para levar Luiz Gonzaga para apresentações por todo o País.

“É muito legal ver as coisas pessoais que ele usava, a gente se sente mais perto, é emocionante. Eu moro na Bahia e você precisa ver, ele está um sucesso lá por causa dos cem anos, e eu fico orgulhosa de dizer que sou de Exu. Eu ainda cheguei a vê-lo, na cadeira de rodas, quando eu era criança. Meu irmão mais velho ganhou muitas vezes dinheiro de Gonzaga, porque ele gostava de distribuir trocado para os meninos”, contou Damiana.

Outro veículo que pertenceu a Luiz Gonzaga, nos anos 1980, que está em exposição no Parque Aza Branca, é uma caminhonete, toda estilizada. Hoje, o dono é o sanfoneiro cearense Waldonys, que é afilhado de Lua. Muita gente parou para tirar fotos, assim como na nova estátua em homenagem ao Rei do Baião.(G1 PE)

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