Devido o falecimento de seu pai, “Teté” o cantor e compositor Flávio Leandro, cancelou toda a agenda de shows do mês de março.
O poeta cantador, como é carinhosamente chamado por seus fãs, escreveu um texto emocionante para homenagear o pai, que foi inspiração para um de seus muitos sucessos.
Segue o texto:
“Terminou Tudo…
Meu pai foi um destemido!
Nunca o vi com medo de nada; nem da morte! Nesta, deu dribles nos últimos anos, que até a ciência duvidou.
Brincou de viver…
Brincou de ser pai, filho, esposo, irmão, trabalhador, empresário, viajante…
Brincou de brincar!
Levou muito a sério a bebida, sua fiel companheira de quarenta anos. Com esta, nos tirou um montão de carinho e abraços, mas, ao menos, nos mostrou que caminhos não deveríamos seguir.
Na lucidez nos mostrou o ser humano fantástico que a bebida escondera por muito tempo.
Na lucidez, nos reencontramos, em paz e em definitivo. Desta fase harmoniosa, nasceu a música: MEU PAI, poesia na qual fiz questão de dissecá-lo e mostrar ao mundo quão grandioso era o meu orgulho de tê-lo como genitor.
Em uma de suas brincadeiras de ser isso e aquilo, quis ser fabricante de queijos de manteiga. Apoiamos. Ficamos com a mão-de-obra e ele ficou responsável por gerir a fábrica e efetuar as vendas, bem como, ferrar cada queijo produzido com sua marca, um T maiúsculo, de Teté. Cada queijo um T. Foram muitos tês, e poucos resultados. A coisa desandou. Tivemos que fechar a fábrica. O último queijo que saiu da forma, recebeu dois tês. Minha mãe estranhou e perguntou o motivo da dupla de tê naquele queijo derradeiro, ao que meu pai respondeu sorridente: Terminou Tudo.
Ontem, com o ferro do existir, meu pai carimbou o último suspiro de sua vida com a marca terminal de sua ousadia. Sorriu, e partiu para o silêncio que há de nos unir no porvir.
Foram 66 rodadas, que poderiam ter sido 99, não fosse a intensidade com que quis brincar de viver…
Te amo, meu pai! Deus o tenha!”
História de “Meu Pai”
Alcoólatra, seu Teté foi desafiado por Flávio Leandro a parar de beber. Se conseguisse, ganharia um música. E tudo foi feito como combinaram. O resultado foi a canção “Meu Pai”, que, entre outras coisas, diz: “Atrás desse bigode tem um homem bom. Debaixo do chapéu, tem um cabra decente.”
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